Não entendam que ser homem é a
versão equivocada do que é ser homem para o programado sexual.
O homem, segundo a tradição
espartana, é resultado como já disse em várias oportunidades, da construção de
vários povos. O que se mantém em todas elas é a estratégia na ação, isto é, a
inteligência desenvolvida e o controle emocional que permite a eficiência. Ser
espartano é ser sempre controlado emocionalmente, estratégico nas ações e ser
honrado. Ser homem é isso.
Mas a que vem essa
repetição? Uma reflexão sobre as lutas
circenses entre homens. Colocar homens para se estraçalharem e, às vezes,
morrer de tomar porrada para o gozo de uma platéia sádica. E achar que quem
gosta de ver isso é homem, macho quando na realidade não passa de um programado sexual. Vejamos o
que está por detrás dessas lutas circenses. Na nossa sociedade homens não podem
se acariciar. Mesmo as amizades masculinas são contidas em aproximações de
corpos como mãos dadas, afagos etc. Porrada, entretanto, é o esperado e muito
elogiado. Querem nos convencer que homem deve ignorar o outro corpo masculino
que não pode ser observado principalmente com pouca ou nenhuma roupa. Como
também não ter amizades muito intensas com palavras quase amorosas de um para o
outro. Sei que muitos povos tinham lutas entre homens mesmo não sendo tão
rígidos em separar os homens entre si como a nossa como os romanos e os
próprios gregos. Mas no nosso contexto e na sociedade pós cristãs essas lutas
estão carregadas do conceito que homem que é homem não gosta de homem e podendo
agride e lutam entre si. O que sugiro é que os melhores esportes entre homens
são os jogos de equipe entre eles, como futebol, basquete etc caso queiram
apreciar esportes. Porque nesses jogos são equipes de homens ajudando-se entre
si visando ganhar. E, quando entusiasmados, chegam a carícias incontroláveis. Mas
compreendam que gostar de futebol não é por si só garantia de ser masculino.
Tem gente que não gosta e é, plenamente, másculo. Fazer uma arte marcial como
defesa pessoal é louvável para quem gosta, mas esmurrar como esporte outro
homem nada tem a ver com a tradição espartana. Homens devem ser tratados com
respeito e carinho, aliás, como todas as pessoas. O espartano, assim como os
samurais sempre foram, deve ser cordial com todas as pessoas e os duelos só em
questão de uma agressão ou ameaça clara e não como espetáculo. Mesmo que tenham
existido em alguns povos nós não precisamos copiar, totalmente, os mesmo
hábitos desses povos sem nenhum senso crítico o que eles nos ensinam precisa
ser sintetizado e adaptado as conquistas sociais e humanistas no decorrer da
história. Assim sendo não tem sentido um espartano hoje fazer um haraquiri
porque os samurais faziam o que não impede que ele deva lutar sempre para ser
honrado. O que atravessou os séculos foi a disciplina, o controle das emoções e
o amor e sexo entre eles.