domingo, 23 de setembro de 2012

O espartano não é uma caricatura de programado sexual




Não entendam que ser homem é a versão equivocada do que é ser homem para o programado sexual.
O homem, segundo a tradição espartana, é resultado como já disse em várias oportunidades, da construção de vários povos. O que se mantém em todas elas é a estratégia na ação, isto é, a inteligência desenvolvida e o controle emocional que permite a eficiência. Ser espartano é ser sempre controlado emocionalmente, estratégico nas ações e ser honrado. Ser homem é isso.
Mas a que vem essa repetição?  Uma reflexão sobre as lutas circenses entre homens. Colocar homens para se estraçalharem e, às vezes, morrer de tomar porrada para o gozo de uma platéia sádica. E achar que quem gosta de ver isso é homem, macho quando na realidade  não passa de um programado sexual. Vejamos o que está por detrás dessas lutas circenses. Na nossa sociedade homens não podem se acariciar. Mesmo as amizades masculinas são contidas em aproximações de corpos como mãos dadas, afagos etc. Porrada, entretanto, é o esperado e muito elogiado. Querem nos convencer que homem deve ignorar o outro corpo masculino que não pode ser observado principalmente com pouca ou nenhuma roupa. Como também não ter amizades muito intensas com palavras quase amorosas de um para o outro. Sei que muitos povos tinham lutas entre homens mesmo não sendo tão rígidos em separar os homens entre si como a nossa como os romanos e os próprios gregos. Mas no nosso contexto e na sociedade pós cristãs essas lutas estão carregadas do conceito que homem que é homem não gosta de homem e podendo agride e lutam entre si. O que sugiro é que os melhores esportes entre homens são os jogos de equipe entre eles, como futebol, basquete etc caso queiram apreciar esportes. Porque nesses jogos são equipes de homens ajudando-se entre si visando ganhar. E, quando entusiasmados, chegam a carícias incontroláveis. Mas compreendam que gostar de futebol não é por si só garantia de ser masculino. Tem gente que não gosta e é, plenamente, másculo. Fazer uma arte marcial como defesa pessoal é louvável para quem gosta, mas esmurrar como esporte outro homem nada tem a ver com a tradição espartana. Homens devem ser tratados com respeito e carinho, aliás, como todas as pessoas. O espartano, assim como os samurais sempre foram, deve ser cordial com todas as pessoas e os duelos só em questão de uma agressão ou ameaça clara e não como espetáculo. Mesmo que tenham existido em alguns povos nós não precisamos copiar, totalmente, os mesmo hábitos desses povos sem nenhum senso crítico o que eles nos ensinam precisa ser sintetizado e adaptado as conquistas sociais e humanistas no decorrer da história. Assim sendo não tem sentido um espartano hoje fazer um haraquiri porque os samurais faziam o que não impede que ele deva lutar sempre para ser honrado. O que atravessou os séculos foi a disciplina, o controle das emoções e o amor e sexo entre eles.