A Teoria




Os

Fundamentos do

Sexo Espartano


Ricardo Líper
                                         


Este livro  é um resumo, com alguns acréscimos, das idéias que estão publicadas em Sexo entre Homens e a Tradição Espartana, do mesmo autor.

Ele lhe permite conhecer fatos rigorosamente científicos que lhe darão condições de entender porque muitas pessoas fazem sexo com o mesmo sexo. Além disso, dá elementos para que quem se relaciona com o mesmo sexo tenha certeza do que faz.


Você pode citar e divulgar livremente as idéias que aqui estão expostas, desde que cite o nome do livro e o autor.

        
1 - O Que a Ciência Diz

           

O ser humano não tem estro (cio) e possui um córtex cerebral muito desenvolvido que o dota de imaginação. Por isso o homem nasce indeterminado sexualmente. Isto é, o homem chega ao orgasmo com muitas coisas: masturbação, animais, vegetais, objetos, mulheres e outros homens.

Não há evidência científica de que temos capacidade de perceber feromônios, como ocorre com inúmeras espécies animais que têm estro. Nós sabemos que não sentimos o cheiro ou qualquer outro tipo de estímulo específico vindo da fêmea quando ela está ovulando, para cobri-la, como ocorre com os animais irracionais. Todas as pesquisas a respeito da possibilidade de o homem ter estro não foram conclusivas.
            Feromônios são sinais químicos que foram, primeiramente, estudados em insetos. O termo tem origem grega. Pherein significa carregar horman, excitar, estimular. A ação dos feromônios entre os animais difere dos hormônios. Enquanto os hormônios atuam dentro do nosso organismo agindo sobre o metabolismo, os feromônios agem fora do organismo dos animais, exercendo influência sobre o comportamento de indivíduos da mesma espécie.
            Foi Henri Fabre (1823-1915) quem primeiro pesquisou a influência de odores no comportamento de seres vivos. Ele estudou uma espécie de mariposa (Lasiocampa quercus). Envolveu as fêmeas em um número muito grande de odores. Mesmo assim, os machos conseguiram chegar até elas atraídos por um poderoso componente químico que depois se soube tratar-se de feromônios.
 Em 1956, uma equipe de pesquisadores  alemães, trabalharam vinte anos para isolar o primeiro feromônio. Para isso, estudaram a mariposa do bicho-da-seda. Retiraram do abdômen de 500.000 mariposas uma curiosa mistura. Testaram e ficou provado que era essa substância, que foi chamada de feromônio, que provocava o acasalamento.
Em 1703, Frederick Ruysch (1638-1731), professor de anatomia em Leyden e Amsterdam, pensou ter descoberto no homem, o vomer situado no nariz. O suposto vomeronasal comunica-se com o canal nasopalatino diferente dos receptores olfativos normais. O vomeronasal (OVN) é o órgão que, nos animais, detecta feromônios. Alguns especialistas acreditam  que Ruysch descobriu o OVN humano. Já outros,  que o órgão não existe no homem ou é apenas um vestígio. O que o cirurgião e professor de anatomia do século XVIII pensou ter descoberto são duas pequenas bolsas de 2 mm, disse 2 mm, de profundidade, a 1 cm a partir do nariz. Abrem-se em pequenas cavidades ocas com pequenos orifícios, de apenas 0,1 mm de distância. A diferença desse órgão humano, proporcionalmente ao nosso corpo, comparado com os dos outros animais, também proporcionalmente ao corpo deles, é muito grande. O do elefante por exemplo, tem 20 a 25 cm de comprimento.
Se de fato esse órgão é o que sobrou do OVN nos humanos, ele é minúsculo comparado com os dos outros animais.
Portanto, não existe nenhuma prova científica para se afirmar que, mesmo de forma sutil, inconsciente ou rudimentar, o homem perceberia feromônios ou os produziria.
Uma das mais recentes pesquisas científicas sobre o estro e os feromônios em seres humanos foi efetuada por Catherine Dulac, professora de biologia celular e molecular da Universidade de Harvard e por Emily Liman e David Corey, que são professores de neurobiologia celular e molecular na Harvard Medical School. Todos os três trabalharam em Harvard e no Massachusetts Hospital, em Boston. Eles descobriram, em ratos, um gene que fabrica moléculas captadoras de feromônios, que atuam no nariz. Descobriram também que ele existe no homem mas, entre nós,  está desativado. Portanto o vomeronasal (órgão que percebe feromônios), se é que realmente existe em seres humanos, é muito pequeno e está geneticamente desativado.
Catherine Dulac descobriu que camundongos machos, que foram geneticamente alterados para não perceberem os feromônios, tentam se acasalar com outros machos em vez de atacá-los, como de costume. Essa descoberta é importante. Se com camundongos, que não possuem imaginação como nós, ocorre isso, imagine o que pode ocorrer com os seres humanos, cuja principal característica sexual é não possuir estro?

Não existe nenhuma evidência consistente, na nossa espécie, dessa peculiaridade comum a muitos animais, que é produzir e perceber feromônios. O homem, de fato, não tem estro (cio).           

 Muitos outros cientistas afirmam que não produzimos nem percebemos feromônios.
 Entre esses cientistas estão Dr. Ricardo Meirelles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabiologia, que declarou: “O problema é que ainda não foi possível isolar no organismo humano uma substância com as características do feromônio”.[1]

Tudo indica, portanto, que a nossa espécie não detecta feromônios e nem os produz. Como, aliás, todos nós sabemos, porque não temos nenhuma consciência da ovulação das mulheres à nossa volta. Os nossos desejos sexuais não são ativados por nenhum elemento químico percebido através de um suposto órgão que teríamos próximo ao nariz. No homem, o olhar e o tato são os sentidos mais usados para provocar a excitação sexual, não o nariz.
Especulações, charlatanismo de produtores de perfumes, supostas pesquisas sensacionalistas, nunca encontraram, de fato, um feromônio produzido pelo homem e nunca demonstraram que ele é percebido e influencia o comportamento de quem o percebe. De forma rigorosa, isto nunca foi provado.
Jared Diamond é um conceituado cientista, membro da National Academy of Sciences. É também autor de um livro, Third Chimpanzee, que ganhou o Great Britain Science Book Prize (Prêmio do Livro Científico da Grã-Bretanha). É especialista em fisiologia e biologia evolutiva e professor de fisiologia da UCLA Medical School. Ele escreveu o seguinte:


“A ovulação humana é oculta em vez de anunciada. Isto é, o breve período de fertilidade da mulher, por volta da época da ovulação, é difícil de ser detectado, seja pelos parceiros sexuais em potencial, seja pela própria mulher. A receptividade sexual da mulher se estende além da época fértil, englobando todo ou quase todo o ciclo menstrual. Portanto, a maioria das cópulas humanas ocorre numa época inadequada para concepção, ou seja,  o sexo entre seres humanos é quase sempre uma diversão, sem fins de inseminação”[2]. (Grifo do autor).

Mais adiante, incisivamente, nos diz:

“Consideramos grotescas as fêmeas dos babuínos com traseiros vermelhos. Mas, na verdade, nós, seres humanos, com nossas ovulações dificilmente detectáveis, é que fazemos parte de uma pequena minoria no mundo animal. Os homens não têm meios confiáveis para detectar quando sua parceira pode ser fertilizada, nem as mulheres nas sociedades tradicionais. Concordo que muitas delas têm dores-de-cabeça e outras sensações por volta da metade de seus ciclos menstruais. Entretanto, elas não saberiam que essas sensações são sinais de ovulações se os cientistas não lhes tivessem dito – e, até os cientistas, só descobriram isso lá por volta de 1930. Da mesma forma, as mulheres podem aprender a detectar a ovulação monitorando a temperatura ou o mucovaginal, mas isso é muito diferente do conhecimento instintivo que as fêmeas dos outros animais possuem. Se também tivéssemos esse conhecimento instintivo, a indústria de kits para teste de ovulação e anticoncepcionais não estaria prosperando tanto.
“Somos estranhos também em nossa prática quase contínua de sexo, comportamento que é uma conseqüência direta de nossas ovulações ocultas. A maioria das outras espécies animais limita o sexo a um breve período de estro por volta da época anunciada da ovulação. (O nome estro deriva da palavra grega para “moscardo”, um inseto que atormenta a cabeça do gado, deixando-o enlouquecido.) Em estro, a fêmea dos babuínos sai de um mês de abstinência sexual para copular até cem vezes, enquanto que a fêmea do macaco barbary faz isso em média a cada 17 minutos, distribuindo seus favores pelo menos uma vez a cada macho adulto de seu grupo. Os casais monogâmicos de gibões passam vários anos sem sexo, até que a fêmea desmama o bebê mais recente e entra de novo em estro. Os gibões entram mais uma vez em estro assim que a fêmea fica grávida.
“Nós, seres humanos, entretanto, praticamos sexo, independentemente do dia do ciclo do estro. As mulheres o solicitam em qualquer dia e os homens o fazem sem querer saber se a parceira está fértil ou ovulando. Depois de décadas de pesquisas científicas, ainda não se tem certeza quanto ao estágio do ciclo no qual uma mulher fica mais interessada nas investidas sexuais masculinas – se realmente o interesse dela denota alguma variação cíclica. Portanto, a maioria das cópulas humanas envolve mulheres que são incapazes de conceber naquele momento. Não só fazemos sexo no momento “errado”  do ciclo, mas continuamos a fazer sexo durante a gravidez e depois da menopausa, quando temos certeza de que a fertilização é impossível. Muitos de meus amigos na Nova Guiné se sentem obrigados a ter relações sexuais até o final da gravidez, porque acreditam que as repetidas infusões de sêmen fornecem o material para formar o corpo do feto.
“O sexo humano parece mesmo um desperdício monumental de esforço visto por uma perspectiva “biológica” – se seguirmos o dogma católico que equaciona a função biológica do sexo com a fertilização. Por que as mulheres não revelam sinais ovulatórios nítidos, como a maioria das outras fêmeas, para podermos limitar o sexo aos momentos em que ele nos traria algo de mais vantajoso?”[3] (Grifos do autor)

Mais adiante pondera:

“Uma vez que nós, seres humanos, somos únicos em nosso ocultamento da ovulação, na constante receptividade e no sexo como diversão, isto só pode ser porque evoluímos para ser assim. É um grande paradoxo o fato de que as fêmeas do Homo Sapiens, espécie única em sua autoconsciência, não saibam quando ocorre sua própria ovulação, ao contrário das fêmeas de animais tão bobos como as vacas.”[4] (Grifo do autor).

              E encerra o assunto quando diz:

“Junto com a postura e o tamanho do cérebro, a sexualidade  completa  a tríade dos aspectos decisivos em que os ancestrais dos seres humanos e dos grandes macacos divergiram.” [5] (Grifo do autor).
 “Nossos padrões de conduta sexual são especialmente deformados, “especieístas” e centralizados no ser humano porque a sexualidade humana é muito anormal segundo os padrões dos outros trinta milhões de espécies de animais existentes no mundo. É também anormal pelos padrões de milhões de espécies de plantas, fungos e micróbios do planeta, mas vou ignorar essa perspectiva mais ampla porque ainda não superei meu próprio zoocentrismo.” [6]


Chamo atenção para que esses dois fatos, não termos estro e possuirmos um córtex cerebral muito desenvolvido, são biológicos e a essência sexual da espécie humana.

2 -  Não existem provas científicas, de fato, de que genes, hormônios pré ou pós natais, fatores psicológicos e outras suposições, que vez por outra aparecem com alarde na imprensa, interferem na escolha do sexo de parceiros sexuais entre seres humanos.

            3 -  A evolução nos fez sem estro (cio) e com muita imaginação. Quem faz sexo com o mesmo sexo apenas explicita esses fatos. Quer dizer explicita fatos biológicos da nossa espécie e não de indivíduos em particular como quer nos sugerir, por equívocos epistemológicos, alguns supostos cientistas.

É por essa razão que quando um homem faz sexo com outro e não se reprime ou se envergonha, sente prazer e procura repeti-lo. Repetir o que nos dá prazer é uma reação natural do nosso organismo. Por isso termina tornando-se um gosto exclusivo.
O psicanalista dinamarquês Thorkil Vanggaard, autor  de  Phallós: A Symbol and Its History in The Male World, chegou a afirmar que todo homem, independente do que acredita que gosta sexualmente ou de quem leva para cama, tem um radical que o faz gostar do mesmo sexo.
Portanto, o problema, na nossa espécie, não é quem faz sexo com o mesmo sexo, mas quem não faz.

Entretanto, a ideologia natalista, que prega a reprodução em massa dos seres humanos, inverteu os fatos. Passou a procurar uma suposta causa, além da obviedade do prazer obtido, para explicar a ocorrência do sexo entre pessoas do mesmo sexo.
Ela comete esse equívoco porque acha que na relação sexual entre sexos diferentes, não se precisa procurar a causa porque ela seria, a priori, natural. Supostamente estaria incluída numa lei mais ampla da natureza que seria a reprodução das espécies. Entretanto, justificar como natural o sexo entre pessoas de sexos diferentes porque reproduz a espécie é uma interpretação tomista da natureza e da sexualidade. Foi o santo católico medieval Tomás de Aquino (1225-1274) que chamou de pecados contra a natureza toda atividade sexual que desperdiçasse, em um vaso indevido, o sêmen. Ele chamava a vagina de vaso natural. Segundo ele, esses pecados iriam contra a vontade de Deus, que teria criado a natureza e estabeleceu  que a razão de ser das relações sexuais era a reprodução da espécie.

Essa teoria tomista tornou-se um dogma sexual da cultura judaico-cristã e, até hoje, está por trás de todas as teorias da sexualidade indo da genética à psicanálise. O dogma é que o sexo existe para reproduzir a espécie. É uma norma. Os cientistas influenciados pelo tomismo substituíram os pecados contra a natureza de Tomás de Aquino por desvioinversão ou perversão sexual. Só que essa norma, em se tratando de seres humanos, não é uma realidade, mas um equívoco. Não é científica. É ingênua, semelhante ao que pensa o senso comum: homem nasce para gostar de mulher e mulher de homem, porque é o naturalDeus os criou assim

Entre seres humanos, a inexistência do estro, associada ao grande desenvolvimento do córtex cerebral, dota a nossa espécie de autonomia em relação à reprodução. À medida que os animais evoluem na escala biológica, essa autonomia é observada, chegando ao desenvolvimento máximo no homem. O equívoco dessas pesquisas e da ideologia natalista é que os homens não nascem desejando o sexo oposto porque não têm estro nem nada que o substitua. Cientistas já tentaram  contrariar a natureza esgrimindo argumentos como “genes”, “partes do cérebro menores”, “hormônios pré-natais desregulados”, “complexo de Édipo não-resolvido” etc. Ao final, a ciência chegou ao que é notório: homens nascem querendo sentir prazer sexual, não lhes importando muito com o quê, porque, além de não terem estro, possuem o córtex cerebral muito desenvolvido, que lhes permite ter muita imaginação. Eles não sabem, quando são crianças, que só as meninas, que não são suas irmãs, são os objetos sexuais considerados corretos pela sociedade. Quando elas ovulam, eles não percebem pela cavidade nasal, como ocorre com outros animais  em relação às fêmeas de sua espécie. Guiam-se pelo olhar e o tato e não pelo nariz para procurar satisfação sexual. Assim sendo, homens procuram chegar ao orgasmo com quase tudo que encontram pela frente, que possua formas adaptáveis à satisfação sexual. De galinhas e bananeiras até os outros meninos, tudo serve.
Ford e Beach observaram que 50% dos meninos criados em fazendas participam de atividades sexuais com outras espécies e 17% desse grupo, alcançam o orgasmo durante a relação. Referindo-se ao sexo com animais e analisando a disfunção erétil de seus pacientes, Jorge Sabaneeff, professor de urologia da Faculdade de Medicina de Campos e médico do Hospital Cardoso Fontes, do Rio de Janeiro, declarou: “Eu já tive pacientes que vieram do interior, já haviam mantido relações sexuais com animais e que só relatavam dificuldades quando estavam com mulheres”.[7]


A nossa sexualidade é totalmente diferente do resto da natureza. Se o homem não for programado e pressionado pela sociedade para se reproduzir, o que lhe der mais prazer o vicia e, portanto, vai procurar com mais freqüência ou até com exclusividade.
 O sexo com o mesmo sexo tem mostrado ter um potencial muito grande de viciar os homens devido ao prazer que provoca e a identidade que surge entre eles quando se permitem praticá-lo. Este fato ocorre porque a semelhança física e serem do mesmo gênero são notados pelo nosso córtex cerebral que, sendo muito desenvolvido,  imagina possibilidades de prazer erótico a partir dessa semelhança. Inicialmente, o homem percebe que mãos, bocas, nádegas e órgãos genitais de outros homens podem servir para lhe proporcionar prazer sexual, principalmente, se eles são jovens maiores de 18 anos e bonitos. É comum ocorrer essa percepção na infância, mas pode acontecer também quando os homens estão bêbados ou isolados. Se vencerem os preconceitos, vão perceber que os corpos e órgãos genitais semelhantes aos seus funcionam como um poderoso estímulo sexual em um organismo dotado de inteligência e imaginação como o nosso. As possibilidades de jogos sexuais a partir daí excitam sua curiosidade e desencadeiam sensações eróticas.

 “Animais abaixo do nível dos primatas respondem ao controle interno dos hormônios, mostrando excitação reprodutora regular e periódica, com machos estimulados pelo estro das fêmeas. Todavia, se não houver um membro do sexo oposto da mesma espécie animal, então o animal, uma vez estimulado sexualmente, terá um comportamento copulatório semelhante ao ato sexual, e tentará com bastante habilidade formas de auto-estimulação (Ford & Beach, 1951). À medida que se vai subindo na árvore evolutiva, torna-se sempre mais evidente a autonomia de determinantes hormonais internos. À medida que o córtex evolui mais e exerce maior controle, vai surgindo gradual separação do impulso sexual e das funções meramente reprodutoras (Rosenzweig, 1973). Assim, entre os símios, uma fêmea pode mostrar-se receptiva a investidas sexuais, mesmo que não esteja no cio. Mesmo quando não excitada hormonalmente, uma fêmea pode mostrar-se seletiva quanto aos machos que anima. No ponto alto do cio, pode negar-se a qualquer macho que se aproxime. Os machos dos macacos, mesmo quando excitados pelo estro, podem procurar um desafogo sexual em fêmeas desinteressadas, em outros machos ou na masturbação. Demonstram grande variedade de jogos sexuais não diretamente visando a reprodução (Beach, 1958).”

Mais adiante.


 "Essa evidência de correlação entre o desenvolvimento do córtex e a crescente autonomia do impulso sexual em face de uma atividade especificamente reprodutora leva  alguns pensadores a crer que, na espécie humana, a presença corporal no mundo transcendeu a facticidade da dicotomia macho-fêmea (Brow, 1966; Marcuse, 1956, Watts, 1958). Alguns fenomenólogos diriam  que os seres com sua consciência se elevam desse modo  acima de seus "dados" bioquímicos e anatômicos e reestruturam sua sexualidade em forma altamente pessoal,  por exemplo, a de "ser para os outros" (Merleau-Ponty, 1962). Em seres humanos, o impulso sexual como tal  não é mais meramente um cego impulso à união dos sexos para que a insuficiência de cada um seja mutuamente completada como o exige a condição biológica para a reprodução. É antes um impulso para o encontro pessoal, um sair da solidão para a ''comunhão" de vidas”. [8] (Grifo do autor).

Portanto o sexo com o mesmo sexo é uma conseqüência direta das especificidades da nossa estrutura biológica e da evolução da nossa espécie.
A hipótese de existir uma necessidade biológica inconsciente nas espécies, de lançar os genes para o futuro, através da descendência, não foi provada cientificamente. Cláudio Tognolli, no seu livro A Falácia Genética (a ideologia do DNA na imprensa), que é sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo, mostra que essa hipótese é uma interpretação metafísica da natureza semelhante às idéias de Schopenhauer.

            4 – Diante desses fatos biológicos referentes à espécie humana é forçoso se concluir que quem não faz sexo com o mesmo sexo é porque, sendo mais susceptível,  foi programado (pressionado)  pela sociedade para não fazê-lo.

Chega-se a essa conclusão porque, em um ser sem estro e com muita imaginação, o natural e esperado seria que o sexo com o mesmo sexo ocorresse com muita freqüência. E,  de fato, ocorreu em civilizações diferentes da nossa e acontece em todo mundo quando os homens têm mais oportunidade de fazê-lo porque estão muito juntos, em navios, prisões, quando embriagados ou, se jovens e bonitos, querem ganhar dinheiro. Não devemos neglicenciar também o fato de que em sociedades repressivas a todos os prazeres sexuais que não reproduzem a espécie, os amores platônicos entre  homens tornam-se freqüentes. Eles costumam camuflar os desejos eróticos recíprocos transformando-os em amizade. Podem não ocorrer carícias físicas, mas ocorrem carícias não-físicas, que é o que chamamos de amor ou chamego.
Entretanto, é através do sexo entre pessoas de sexos diferentes que nascem crianças e crianças se transformam em mão-de-obra, que é um fator fundamental para a acumulação do capital das classes dominantes. As elites sociais precisam implantar a reprodução em massa da espécie para criar a mão-de-obra de reserva e por isso proíbem e reprimem toda prática sexual que desperdice o sêmen só com prazer.


Com a diminuição da população, as pestes e a fome grassando e com a falta de braços para o trabalho da terra, o casamento e a reprodução foram incentivados. Assim, foram atacados três “crimes terríveis contra a natureza” que impediam a procriação: a sodomia, a masturbação e a continência; nesta época considerava-se a masturbação e a continência como suscetíveis também de levarem à homossexualidade.

Neste período, o pecado de sodomia passa a ser identificado com a homossexualidade, embora ainda se confunda com uma outra série de pecados mais ou menos graves. Com santo Tomás de Aquino (...) ela tornou-se um crime e um pecado contra a natureza, logo, contra a própria criação divina. A relação entre pessoas do mesmo sexo alteraria a ordem natural do universo, colocando o homem no lugar da mulher e vice-versa, e impediria a procriação, que seria “o fim natural da sexualidade.” [9]


 A semente foi dada por Deus, não para gozar, mas para se reproduzir e criar uma família. Família essa que gera, mantém e treina, com seu esforço e dinheiro, a mão-de-obra necessária ao aumento do capital das elites dominantes.

“Do ponto de vista geopolítico, generais e chefes de Estado europeus, na virada para o século XX, preocupavam-se com os índices de natalidade declinantes e, dessa forma, apoiavam o matrimônio e a instituição familiar como a célula reprodutora de braços dispostos ao trabalho e preparados para a guerra, motivo adicional para o aviltamento de práticas sexuais ameaçadoras dos laços e valores familiais. Além disso, nesse período já era bastante comum relacionar a existência de práticas sexuais tidas como pervertidas e a queda de impérios, como foi o caso de Roma. Por essas e outras razões, o treinamento militar buscava o desenvolvimento de uma raça de homens perfeitos em que o oposto seria a degenerescência e práticas libertinas indesejáveis.
“Nessa tarefa, conforme já mencionado, a medicina teve um papel importante, pois forneceu as categorias classificatórias de desviantes e pervertidos para aqueles homens que não seguiam a contento o ideal moderno de masculinidade. Não final do século XIX e início do século XX, o culto à domesticidade da mulher já estava consagrado, e a psicanálise, com o seu triângulo edípico, reforçava todo um pensamento de senso comum que justificava o arranjo familiar no qual a figura do pai era algo superior e inatingível”.[10] 

No Brasil surgiu essa reflexão representativa das preocupações das elites sociais com qualquer atividade que desperdiçasse o sêmen com prazer.

“Transcrevemos a seguir a  versão catastrofista de Aldo Sinisgalli, em seu texto ‘Considerações gerais sobre o homossexualismo’,  editado em 1938/1940, sobre as relações entre homossexualismo e a sociedade. É evidente que, antes dele e até os dias atuais, uma parcela enorme da população pensa da mesma forma:
“O homossexualismo é anti-social. O homossexualismo é a destruição da sociedade; é o enfraquecimento dos países.
“Compreende-se facilmente o prejuízo que traz à sociedade e às nações o desenvolvimento do homossexualismo, sabendo-se que os invertidos encontram a satisfação genésica com indivíduos do mesmo sexo, desprezando as mulheres.
            “A maioria dos pederastas não se casa, não constitui família.
“A grande maioria deles é constituída por moços solteiros.
“Portanto o pederasta não contribui para o engrandecimento, para o desenvolvimento da sociedade e do país.
“Se o homossexualismo fosse regra o mundo acabaria em pouco tempo.”  [11]

 A programação sexual (a partir da proibição das formas de sexo que não reproduzam a espécie) imposta à sociedade pelas elites sociais age psicologicamente. Ela instaura, nas pessoas mais fracas e impressionáveis, um pavor e vergonha irracionais de até pensarem na possibilidade de sentirem prazer sexual com o mesmo sexo. Alguns homens morrem de medo de desejar sexualmente outros e, o pior, de seus pais, amigos e vizinhos virem a saber que sentiram, alguma vez, vontade de experimentar esse tipo, segundo eles, de aberração e nojeira.

5 - Provas científicas de como atua psicologicamente a programação social da sexualidade para todos serem pais-de-família.


 5.1 – Mesmo as irmãs sendo mulheres  não se faz sexo com elas.

Repare que mesmo as irmãs sendo mulheres, o programado sexual também não as deseja e tem a impressão de que não sentiria nenhum prazer sexual com elas. Como psicologicamente tem a sensação que não deseja as irmãs, alguns também imaginam que não sentiriam desejos sexuais pelo mesmo sexo. No Egito Antigo sentia-se prazer com as irmãs porque era permitido. Hoje, se vivem na miséria, dormindo junto com elas e a programação sexual atuar pouco, ocorre sexo entre irmãos. Não existe nada, nem psicológico nem biológico, que  impeça, a não ser a programação sexual da sociedade, de se fazer sexo com as irmãs. Os cães e outros animais fazem sexo com suas irmãs quando elas entram no cio. O sexo e o casamento entre irmãos é proibido porque os filhos podem nascer com defeitos e os legisladores acham imoral o que chamam de incesto. 
Quer dizer, o programado é sexualmente todo certinho. Não faz nada sexualmente considerado errado pelos outros. São os vizinhos, parentes, amigos e até os estranhos que passam pelas ruas que ditam sua atividade sexual. É um teleguiado otário, portanto.

5.2 - Não é toda  mulher que é objeto de desejo sexual do programado.

          Além das irmãs, a programação também é seletiva quanto às mulheres que ele pode e é obrigado a fazer sexo sob pena de ser perseguido, discriminado e ridicularizado. Não podem ser as mais velhas do que ele, porque vão também desperdiçar seu sêmen, porque não engravidarão. As muito novas, antes da primeira menstruação, também são proibidas, porque não geram filhos.


O programado sexual é amestrado para só fazer sexo com uma jovem, não parente próxima, se possível de menor estatura do que ele porque ela é o objeto ideal para a reprodução da espécie e jovem e forte o suficiente para cuidar da prole. Ele foi iludido pela ideologia sexual das classes dominantes e daí supõe que gosta do que está fazendo e é o que natureza quer. É um imbecil, portanto.

 5.3 – Quando ainda não é programado sexualmente pela sociedade, natural e inocentemente, sem nenhuma maldade, vergonha ou arrependimento,  o homem faz sexo com o mesmo sexo.

Quando criança, e a programação sexual ainda não rodou completamente na sua cabeça, os meninos, em geral, fazem sexo entre si e gostam, explicitando assim a estrutura biológica e a evolução da espécie humana. Entretanto, os mais sugestionáveis possuem a cabeça semelhante a um computador. Quando a programação para eles serem pais-de-família se instala e a sociedade através dos seus pais, vizinhos, colegas, pastores, papas etc. aperta o enter deixam de fazer sexo com outros meninos. Dirigem sua afetividade e desejos sexuais só para o objeto sexual permitido pela sociedade porque ficam aterrorizados e em pânico de serem ridicularizados se não o fizerem. O pavor que uma pessoa, fraca e impressionável, sente de ser ridicularizada  é imenso. Por isso ela prefere frustrar-se e não experimentar nenhuma forma de sexo proibida a ser sistematicamente alvo de galhofas, perseguições e maus-tratos.

5.4 –  Em outros povos, cuja a programação para se reproduzir foi menos violenta, o sexo entre homens foi mais freqüente, louvado e, muitas vezes, considerado superior.

Em outras épocas, como na Grécia Antiga, Roma e entre outros povos, ocorria muita atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo porque a programação sexual não era judaico-cristã ou oriunda de crenças semelhantes. Assim sendo, permitia aflorar entre mais pessoas a característica evolutiva da nossa espécie que é sentir prazer com muitos objetos sexuais erotizados pela nossa  imaginação e, com freqüência, com o mesmo sexo.

5.5 -  Cientistas confirmam a programação sexual humana.  

Peter L. Berger é professor na Universidade de Boston e diretor do Instituto para o Estudo da Cultura na mesma Universidade e Thomas Luckmann é catedrático de sociologia na Universidade de Frankfurt e é autor, em parceria com Alfred Schultz,  de Strukturen der Lebenswelt. Escreveram A Construção Social da Realidade no qual afirmam:

“A plasticidade do organismo humano e sua susceptibilidade às influências socialmente determinadas são melhor ilustradas pela documentação etnológica referente à  sexualidade. Embora o homem possua impulsos sexuais comparáveis aos dos outros mamíferos superiores, a sexualidade humana caracteriza-se por um grau muito alto de flexibilidade. Não só é relativamente independente dos ritmos temporais, mas é flexível tanto no que diz respeito aos objetos a que se dirige quanto em suas modalidades de expressão. As provas etnológicas mostram que em questões sexuais o homem é capaz de quase tudo.  (Mais adiante)

“Ao mesmo tempo, é claro, a sexualidade humana é dirigida, às vezes de maneira rigidamente estruturada, em cada cultura particular. Toda cultura tem uma configuração sexual distinta, com seus próprios padrões especializados de conduta sexual e seus pressupostos “antropológicos” na área sexual. A relatividade empírica dessas configurações, sua imensa variedade e exuberante inventividadade indicam que são produtos das formações sócio-culturais próprias do homem e não de uma natureza humana biologicamente fixa.”


Mais adiante:


“A sociedade penetra também diretamente no organismo no que diz respeito ao funcionamento deste, principalmente quanto à sexualidade e à nutrição. Embora ambas sejam fundadas em impulsos biológicos, estes impulsos são extremamente plásticos no animal humano. O homem é compelido pela constituição biológica a procurar satisfação sexual e o alimento. Mas sua constituição biológica não lhe diz onde deverá procurar a satisfação sexual e o que deverá comer. Abandonado a si mesmo, o homem pode ligar-se sexualmente a aproximadamente qualquer objeto e é perfeitamente capaz de comer coisas que o matarão. A sexualidade e a nutrição estão canalizadas em direções específicas,  mais socialmente do que biologicamente, canalização que não somente impõe limites a estas atividades mas afeta diretamente as funções orgânicas. Assim, o indivíduo socializado com pleno sucesso é incapaz de funcionar socialmente com o objeto sexual  “impróprio” e vomita quando se depara com o alimento “impróprio”. Como vimos, a canalização social da atividade é a essência da institucionalização, que é o fundamento da construção social da realidade. Pode dizer-se então que a realidade social determina não somente a atividade e a consciência mas, em grau considerável, o funcionamento orgânico. Assim, funções biológicas tão intrínsecas quanto o orgasmo e a digestão são socialmente estruturadas. A sociedade também determina a maneira pela qual o organismo é usado na atividade. A expressividade, o modo de andar e os gestos são socialmente estruturados.”  [12]  (Grifos do autor).

A ciência já provou que sociedades que não precisam aumentar sua população são tolerantes com o sexo entre pessoas do mesmo sexo.
As que precisam aumentar ou manter  um grande contingente de mão-de-obra de reserva são intolerantes. As pessoas mais fracas, com medo de serem reprimidas e ridicularizadas não praticam o que é sexualmente proibido nas sociedades em que vivem.

6 - Portanto é lógico se concluir que só existem os que são programados para se reproduzir e os não-programados.

Os não-programados são aqueles mais perspicazes, dotados de uma personalidade mais forte, que percebem que querem lhe iludir para que não descubram que todos os homens, se tentarem, sentirão prazer com o mesmo sexo. É impossível se masturbarem reciprocamente e não ejacular. Qualquer homem sente prazer ao ser chupado, masturbado ou acariciado por outro que ache bonito. Os que dizem que não, estão sendo hipócritas. Foi por isso que gregos, romanos e japoneses da Idade Média, faziam sexo com os efebos. É ridículo o receio que alguns palhaços têm de admitir, hoje, a beleza de outros homens quando todo mundo está vendo que eles são, de fato, bonitos.

            7 -  Em Esparta e em outros povos anteriores ou geograficamente distantes do judaísmo e crenças religiosas semelhantes, os homens da nobreza militar achavam ser o sexo entre eles superior, e a amizade e o companheirismo decorrentes dessa prática um fator importante de crescimento e amadurecimento pessoal. 

Em Roma, quem tinha poder fazia sexo com o mesmo sexo. Para o nobre romano, era um forma inocente de sentir prazer semelhante a uma taça de vinho ou um frango assado. Não havia razão para não penetrar o escravo que lhe servia ou lhe dava banho ou fazer amor com os jovens bonitos que apareciam nos seus banquetes. Foram os judeus e os povos como os muçulmanos, que para não serem escravizados, precisavam aumentar sua população, proibindo toda atividade sexual que não reproduzisse a espécie.

         "O tabu anti-homossexual que marcou nossa civilização ocidental seria de origem hebraica. Os antigos hebreus foram o primeiro povo na história a condenar a homossexualidade." [13]


Segundo Marc Daniel e Andre Baudry, autores do livro Os Homossexuais, a proibição do sexo entre homens teve maior ênfase entre os hebreus no século VI a.C. que é a época do exílio na Babilônia. Tudo indica que precisavam resguardar os costumes nacionais em oposição aos hábitos dos conquistadores estrangeiros, assim como, manter o aumento da população para fazer frente a inimigos poderosos.
Luiz Ângelo Dourado também escreveu:


"A luta enérgica contra o homossexualismo começou com o judaísmo. O monoteísmo desenvolveu o monossexualismo. Alem das razões religiosas, os judeus orientaram a questão sexual no sentido da procriação e enriquecimento em  número da humanidade condenando formalmente o vicio helênico. O texto bíblico  é claro, em sua reprovação ao homossexualismo e o fogo divino foi a pena imposta a Sodoma e Gomorra.
“A Igreja Católica, impossibilitada de coibir a pederastia com recursos espirituais, decidiu-se, no ano 342, a puni-la criminalmente. Desencadearam impiedosas perseguições. O homossexualismo tornou-se execrado vício, castigado com as masmorras e as penas eternas do inferno. Em plena Idade Moderna ainda continuava-se a queimar  vivos, em vários países, os réus do então chamado ‘pecado nefando’.”  [14]


Nós sofremos a influência da ideologia sexual judaico-cristã e por isso achamos uma coisa do outro mundo e um escândalo, um homem sentir prazer sexual com outro. Daí, na nossa cultura, quem fez isto virou primeiro sodomita, nome que foi inventado pelos judeus, depois homossexual, gay, veado, bicha, para que, apelidado, apontado como monstro e discriminado, deixe de praticar a sodomia, veadagem, perversão, inversão, desvio sexual, doença, aberração, nojeira  e, principalmente, não corrompa nem sirva de exemplo para os outros.
Entretanto no Hagakure, que é o livro sobre as normas de comportamento dos samurais, está escrito:

“Um jovem deveria experimentar um homem mais velho por pelo menos cinco anos e, se estiver seguro das intenções daquela pessoa, deveria então exigir um relacionamento sério. Se o outro for volúvel, ele não entrará profundamente no relacionamento e mais tarde, abandonará seu amante.
“A natureza da relação pode ser determinada apenas se eles forem capazes de se ajudar mutuamente e devotar sua vida um ao outro. Se um dos parceiros for desonesto, o outro deveria dizer que existem empecilhos na relação e rompê-la com firmeza. Se surgir uma dúvida a respeito de quais são esses empecilhos, a pessoa deve afirmar que nunca falará sobre isso em sua vida. Se o outro continuar insistindo no assunto, a pessoa deve demonstrar irritação. (...)
“Além disso, o homem mais velho deveria avaliar as intenções do jovem de maneira já mencionada. Se o jovem for capaz de se dedicar plenamente e ficar nessa situação durante cinco ou seis anos, então ele será adequado.
“Acima de tudo, a pessoa não deve dividir seu próprio caminho em dois. Devemos nos dedicar plenamente ao Caminho do Samurai.” [15]


Mais algumas considerações


1 – Entre seres humanos, o sexo com o mesmo sexo provoca muito prazer  e essa é a única razão de ele existir. Por isso, exige repetição e, no bom sentido, vicia, isto é, torna-se um hábito freqüente e muitas vezes exclusivo. Todas as tentativas de explicá-lo de outra maneira não foram confirmadas, de fato, pela ciência.

“Diz-se que perguntaram ao poeta[16] por que escrevia versos para rapazes e não para os deuses, ele replicou: “Mas os rapazes são meus deuses”.
 “Outros poetas da época, escrevendo numa veia semelhante, são Alceu, Teógnis, Íbico e Píndaro. Fica claro de seu trabalho que os gregos amavam a beleza juvenil, e que essa beleza era também a da mente, do intelecto e do espírito. O poeta é o professor/mestre, o companheiro apaixonado que guia seu bem-amado no caminho da honra e da virtude. O relacionamento não é apenas sexual; na verdade, se ele se torna uma questão de luxúria e somente luxúria, então o poeta recrimina esse barbarismo. Nem estava o ensinamento sempre num plano tão elevado: o mestre ensinava ao seu amado os caminhos do mundo grego e como se comportar em sociedade. A etiqueta era muito importante, assim como a idéia de moderação, já que o prazer não deve governar a vida. Em tudo isso, está claro que o amor homossexual era considerado muito superior ao amor heterossexual.” [17]

O desespero das elites sociais com esse fato é grande. Com o surgimento da ciência, financiaram equivocados ou mal-intencionados para sugerir que quem faz sexo com o mesmo sexo tem algo diferente dentro de si, no corpo ou na alma. Isso significa dizer que as nádegas ou a boca de um jovem bonito, maior de 18 anos, não dariam nenhum prazer a um homem considerado heterossexual (essa palavra só foi inventada em 1868). Precisa-se ser muito ingênuo ou hipócrita para se acreditar nisso. Supor que, se um jovem, maior de 18 anos, chupar ou masturbar outro, ele não goza. É impossível. Não é preciso ele ter nenhuma diferença genética, nem psicológica ou endocrinológica no seu pré-natal para chegar ao orgasmo se outro homem lhe acariciar o pênis. Ele sentirá muito prazer porque associará a beleza do rapaz aos movimentos mecânicos das carícias no seu órgão genital. Com o tempo é possível, e ocorre com freqüência, que os prazeres sexuais com o mesmo sexo despertem mais exigências de satisfação carnal e até sentimental. Ele então passará a acariciar o corpo do parceiro, muitas vezes chegando a todo tipo de carícia, e, algumas vezes, amá-lo. Enfim, vencerá suas próprias barreiras impulsionado pelo desejo de extrair mais sensações desse contato erótico que descobriu e entendeu que é muito prazeroso. Aí então, essa forma de sentir prazer torna-se preferencial. É um equívoco, para não dizer, uma imbecilidade, afirmar que ele sente essas sensações eróticas porque os seus hormônios pré-natais foram alterados, possui genes responsáveis por isso ou é complexo de Édipo não-  resolvido e outras tolices. Recentemente, alguns chegaram a dizer que um homem que faz sexo com outro tem os dedos ou as mãos diferentes dos outros homens. Claro que nenhuma dessas suposições foi provada. Toda vez que outros cientistas investigam o que eles publicaram, não o confirmam e mostram que ocorreram sérios equívocos no que imaginaram. O que os equivocados e mal-intencionados insistentemente querem sugerir é que um indivíduo que goza sendo chupado ou fazendo qualquer outra coisa com o mesmo sexo não o faz por prazer, mas porque, supostamente, sofre de uma perversão, inversão, desvio sexual. É,  portanto, um anormal, um degenerado, pervertido, invertido. Entretanto, a realidade é outra. É muito raro existir um homem que, em algum momento de sua vida, não tenha tido prazer sexual com o mesmo sexo ou não tenha desejado outro homem. Isto é, nunca tenha achado um homem bonito nem entre os seus conhecidos, em fotografias ou nos atores de cinema ou televisão. Ele sufoca seus próprios pensamentos a respeito da percepção desses desejos, pelo medo até de pensar onde poderia ir se deixasse que esse tipo de perspectiva erótica chegasse às últimas conseqüências. Levado pelo medo, ele vai ser sugestionado pela pressão social para, moralmente, achar uma anormalidade, uma aberração nojenta, dois homens fazerem sexo entre si. Jamais se permite achar outro homem bonito porque desconfia que esse é um primeiro passo para desejá-lo. Por isso cria uma barreira supostamente moral, mas, na realidade, ideológica, para não deixar esse tipo de desejo nem ser percebido. A ideologia natalista lhe convenceu que esse é o maior pecado que um homem pode cometer. Muito pior do que matar ou roubar. Devido à repressão, automaticamente ele costuma camuflar o desejo em amizade, companheirismo, porque jamais teria coragem de se ver praticando ou propor ao outro semelhante descaração.
Encarar o sexo com o mesmo sexo como resultado das características evolutivas da espécie humana e não de idiossincrasias do indivíduo rompe com  a maneira ideológica de explicar os gostos sexuais humanos. A individualização da preferência sexual é um equívoco epistemológico grave. Vai isolar e acentuar, no indivíduo, uma característica natural da sua espécie como se fosse só dele. Essa miopia na descrição do objeto a ser pesquisado (a preferência sexual nos seres humanos) transforma uma maneira de ser da espécie em uma característica individual. E, então, a partir desse equívoco, fica procurando uma causa, que não existe, para explicá-lo. O homem acaricia outro procurando ter prazer sexual, desde a pré-história, porque sabe que gozará. E ele faz isso porque é uma característica, uma tendência da sua espécie fazê-lo e não só dele.
Portanto, é impossível estabelecer como objeto de pesquisa científica quem faz sexo com o mesmo sexo. Não existe um método, cientificamente confiável, para  se  identificar quem faz sexo com o mesmo sexo ou quem não faz. Não se pode simplesmente aceitar o que a pessoa diz a respeito de seus hábitos sexuais porque nem sempre ela mesma tem total consciência de todos os desejos que tem ou vai ter. Essas suposições sobre o que poderia levar um homem a fazer sexo com outro ignoram fantasias, sexo ocasional e os motivos de não repetição de contatos sexuais prazerosos entre pessoas do mesmo sexo. São simplistas e superficiais a respeito das circunstâncias, práticas e sentimentos que acompanham a sexualidade humana.
Transformar o comportamento de um grupo de pessoas em eterno objeto de pesquisa para se saber qual sua causa, como se fosse uma doença maligna que provoca muita dor, tristeza e prejuízos a terceiros, é estigmatizá-lo. Não é possível citar todas as suposições de porquê os homens fazem sexo com outros porque são muitas e a todo momento surgem novas teorias. Surgirão muitas mais do que as que existem porque, além de servirem como uma ideologia repressiva às liberdades sexuais, elas dão dinheiro ou prestígio e notoriedade a quem as faz. Daí é natural que atraiam não só pessoas de formação conservadora, mas também oportunistas e trapaceiros de todos os tipos.
Esse tipo de preconceito travestido de ciência sempre foi implacável em perseguir, junto com a religião, a polícia e os juízes, o sexo com o mesmo sexo.
Os sodomitas foram transformados, por eles, em degenerados, invertidos, pervertidos, pederastas, homossexuais e criminosos. Foram processados, trancafiados, trucidados, obrigados a se matar quando descobertos em cargos importantes do exército ou governo, em um holocausto silencioso cujas vítimas, em grande parte, tinham vergonha do que faziam. Foram obrigados a introjetar a literatura pseudocientífica dos médicos que o chamavam de pederastas passivos, sexualmente desviados da normalidade, merecedores de punições severas como internamentos em manicômios ou prisões. Foram amordaçados pela vergonha e alienados pela virulência de uma ideologia homofóbica a serviço dos interesses das elites dominantes. Poucas foram as populações humanas tão massacradas e violentadas, fisicamente e na sua subjetividade, com tamanha brutalidade, como aqueles que faziam sexo com o mesmo sexo. Muitos desses médicos, delegados, policiais, juízes, que promoveram esse massacre, eram corruptos, quase sempre conservadores e, a partir de 1920 e 1930, apoiaram ditaduras fascistas, a eugenia, políticas higienistas que levaram ao nazismo. Esses canalhas foram responsáveis por espalhar, durante mais de um século, injúrias, ódio e perseguição a todos aqueles que fizessem sexo com o mesmo sexo. Criaram, nos mais ingênuos, pobres e ignorantes, uma má consciência que os fez sofrer, enquanto viveram, acreditando-se doentes, degenerados, anormais, pervertidos, diferentes dos outros seres humanos por fazerem sexo com o mesmo sexo.

 Uma das funções da ideologia, para dominar os miseráveis que quer explorar ou reprimir, é destruir neles qualquer possibilidade de se acharem iguais aos outros ou terem orgulho do que fazem. Os repressores acham uma ousadia os perseguidos e estigmatizados por eles se considerarem belos, felizes, amarem e serem amados como os outros seres humanos. Fazem tudo para os convencer de que são inferiores, feios, anormais, degenerados e ridículos em tudo que fazem. A grande estratégia da repressão é horrorizar, a tal ponto, as pessoas, em relação ao sexo com o mesmo sexo, que elas sintam uma imensa vergonha ou desgosto quando não resistem e fazem o que eles proíbem. Por isso é muito importante que não se sinta  vergonha do que se faz e, se for conveniente, não sentir vergonha de revelar, aos outros, o que se sente e se gosta.

 No livro Frescos Trópicos, James N. Green e Ronald Polito descrevem a metodologia de pesquisa aplicada por esses médicos equivocados ou mal-intencionados para estudar o que chamavam de homossexualismo ou pederastas passivos. O livro se refere à primeira metade do século XX.

“Os médicos tinham conceitos sobre o que era normal ou anormal, que os orientavam para caracterizar o homossexualismo como doença ou não. Tentavam discriminar os homossexuais como passivos, ativos ou mistos e procuravam também causas para explicar a existência de homens assim, fossem hereditárias, psicanalíticas, biotipológicas ou endocrinológicas. É extensa a aproximação entre médicos e aparato jurídico-policial, cabendo à polícia capturar homossexuais considerados delinqüentes e entregá-los a pesquisadores do campo da medicina para “estudos”. Uma vez apanhados pela lei, os homossexuais teriam dois destinos distintos, mas idênticos do ponto de vista do seu resultado: o confinamento.” [18]

É impossível não perceber a semelhança do comportamento desses médicos com os dos nazistas nos campos de concentração.
 Hoje, a ciência diz que não temos estro e possuímos um grande desenvolvimento do córtex cerebral. Entretanto, como já vimos, povos anteriores a nós, como os gregos, romanos, os japoneses na Idade Média, entre os quais os samurais, que não tinham esse conhecimento que temos hoje, pensavam da mesma maneira que pensamos atualmente. Porque tinham poder, praticavam com freqüência o sexo com o mesmo sexo. Para eles era um direito da nobreza guerreira, jamais uma vergonha. Assim, faziam porque não lhes importava muito o que dava prazer (o objeto), o importante era ele ser considerado belo pelo amante, quer dizer: possuir formas físicas e características morais (beleza interior) que provocassem paixão, desejo, orgasmos. A nossa cultura, herdeira da religião judaica e cristã, é que inverteu este fato. Para o judaísmo e religiões semelhantes, como o cristianismo e o islamismo, o importante não é o prazer sexual justificado por si mesmo, nem a beleza do objeto amado, mas que tipo de objeto que o provoca. O indivíduo passa a ser definido pelo objeto que lhe proporciona prazer sexual e não pela sua capacidade de amar.
(Outro equívoco grave das pesquisas sobre a sexualidade humana é não terem percebido essa inversão da ênfase do sujeito para o objeto no desencadear do prazer sexual, efetuada na passagem do pensamento clássico para o medieval.)
Os guerreiros e a nobreza  descobriram que o que importa é o prazer e não o objeto que o provoca. Eles perceberam a obviedade que o sexo e o amor, às vezes entre um guerreiro e um efebo, outras vezes entre dois guerreiros, davam um imenso prazer. Como eram da nobreza e, portanto, tinham poder, não viam nenhuma razão para deixar de desfrutar esse tipo de satisfação sexual sugerida e provocada, repito, pelas características biológicas e evolutivas da nossa espécie. Quando esses guerreiros uniam afeição e companheirismo militar ao prazer sexual entre eles, achavam ser, o amor entre dois homens, uma forma superior de amar. Esse comportamento, que unia nobreza, masculinidade plena e sexo com o mesmo sexo, foi observado em muitos povos, até como ritos de passagem masculinos. As nádegas e as bocas de jovens, maiores de 18 anos, sempre foram petiscos sexuais para qualquer homem em todos os povos e épocas.
O sexo entre homens só passou a provocar vergonha em quem o fazia quando os judeus, porque queriam aumentar sua população para não serem escravizados, inventaram o mito de Sodoma e a identidade de sodomita,  demonizado como pecador. A mitologia judaica tornou-se influente no mundo quando o cristianismo participou do poder a partir de Constantino, no Império Romano. Na Idade Média, os cristãos perseguiram e queimaram nas fogueiras os sodomitas, repetindo com eles o que os romanos haviam feito com os próprios cristãos após a morte de Cristo. Depois, os médicos do século XIX e até meados do século XX, influenciados pelas teorias sexuais da cultura medieval judaico-cristã, disseram que quem não era pai-de-família era invertido e sofria de um desvio sexual. E ainda hoje há alguns deles dizendo que se um sujeito gozar sendo chupado por um rapaz bonito deve ter alguma alteração genética.

Resumo


O espartano é resultado de 4 descobertas:


Primeira descoberta: a nossa espécie tem uma tendência muito grande a fazer sexo com o mesmo sexo. É resultado de sua evolução. Portanto, sentir prazer sexual com o mesmo sexo é uma característica da nossa espécie e não de pessoas individualmente, supostamente diferentes das outras como, durante séculos, tentaram nos impingir. Ocorre porque não temos estro (cio) e possuímos um córtex cerebral muito desenvolvido, que nos dotou de muita imaginação. Esses dois fatos biológicos nos deixam predispostos a fazer sexo com muitas coisas que estão à nossa volta (nossas mãos, animais, alguns vegetais, objetos) e o mesmo sexo, porque nascemos indeterminados sexualmente. Quando somos crianças e, portanto, inocentes, a única coisa que sentimos, é que é gostoso gozar. Porque somos diferentes dos animais que têm estro não sabemos com o quê devemos gozar. Aos poucos é que vamos descobrindo várias maneiras de conseguir o gozo sexual e terminamos por perceber que o mesmo sexo também serve e dá muito prazer. Por isso, para quem o descobre e não tem medo de praticá-lo, facilmente torna-se uma preferência predominante. Entretanto esses fatos ocorrem quando ainda não se sofreu nenhuma programação sexual feita pela sociedade. O homem não nasce sabendo que uma jovem, não parente próxima, alguns anos mais nova e, se possível de menor estatura, é o único objeto sexual considerado correto, pelas classes dominantes da sociedade, para ele chegar ao orgasmo. Vai saber isso depois. Não tendo estro, esse tipo de mulher é uma possibilidade, entre muitas outras, de sentir prazer sexual e nem sempre, a depender de suas experiências e imaginação, a melhor. Não tarda, entretanto, perceber que só ela é permitida para ele fazer sexo. E, não é só isso. Ele vai ser obrigado a gostar de fazer sexo com ela. Todos, ansiosamente, lhe cobram que só faça sexo com mulheres. Desde o Papa, pastores, vizinhos, pais e familiares, colegas, o presidente da república até cientistas, terapeutas e anônimos transeuntes. Todos lhe pressionam para ele gostar de mulher. Na visão ingênua e equivocada deles o homem nasceu para gostar só de mulher e quem gosta de outra coisa é porque tem algum problema ou é sem-vergonha.  Eles imaginam que é natural o homem nascer para gostar de mulher, mas não confiam no que dizem. Se ele não obedecer essa suposta naturalidade é castigado e sofre a execração pública. No Brasil, se transformará em uma coisa que todos aprenderam a ter pavor de ser: veado. Esse é o maior bicho-papão do homem criado pela ideologia repressiva dos desejos sexuais para o transformar em uma marionete sexual das elites sociais. Então, apavorado de ser até suspeito de ser veado, vai se esforçar para se enquadrar sexualmente no que elas querem e jamais fazer o que as elites sociais proíbem. Para o espartano, o programado sexual não passa de um otário. Um palhaço que se alienou da própria realidade sexual da sua espécie.

Segunda descoberta: as elites sociais, que precisam de muita gente para trabalhar nas suas propriedades para acumular capital, proíbem ou não incentivam nenhum tipo de atividade erótica que, desperdiçando o sêmen, não reproduza a espécie. Portanto, criam uma série de mentiras para meter medo, pressionar e, assim, programar sexualmente os mais tolos, burros e medrosos, para que eles não descubram esse segredo de nossa espécie: no ser humano o sexo com o mesmo sexo dá um imenso prazer. E, assim, forçam a maioria a tornar-se pai-de-família para fornecer a mão-de-obra, criada e educada, para o trabalho semi-escravo. Para isso precisam fazer o programado acreditar que gosta de fazer isso e é o que a natureza, Deus, Papai Noel, Superman, Homem Aranha, Peter Pan, Branca de Neve querem dele. Ele toma pavor de sentir prazer sexual de outra maneira, porque espertalhões, para forçá-lo a se reproduzir e criar a prole, lhe meteram na cabeça que é pecado, anormalidade, perversão, desvio sexual, inversão, nojeira, alteração genética, dos hormônios pré-natais ou do complexo de Édipo não-resolvido e outras mentiras. Interessa às classes dominantes que ocorra a reprodução em massa da espécie para elas acumularem capital. Só que a evolução sugere, por isso não nos dotou de estro e nos deu muitas opções de gozo sexual, que o melhor para nossa  espécie é a reprodução ocasional. Desse conflito, entre a nossa estrutura biológica e os interesses econômicos e políticos das classes dominantes, surgiu a repressão à sexualidade humana.


Terceira descoberta: o espartano descobriu que o sexo com o qual ele se identifica é entre homens. Não é entre um homem e outro que imita mulheres ou dois andróginos, porque vira outra coisa que não é mais sexo com o mesmo sexo, mas uma imitação do sexo reprodutivo ou entre duas mulheres. O fato que lhe dá mais prazer é os dois serem absolutamente másculos.  Entretanto, não discrimina quem quer virar mulher, seja em que grau for de efeminação. Defende o direito de cada um ser como quiser. Mas nem todas as pessoas pensam da mesma maneira, portanto, não têm a mesma identidade. O espartano quer ser conhecido como espartano e ser representado por espartanos. Não se sente gay, homossexual, veado, travesti, transexual. Acha que todos esses nomes nem lhe descrevem nem lhe definem. Portanto, nada têm a ver com ele.


Quarta descoberta: compreendendo que não precisa ser expropriado de sua masculinidade para dar vazão a essa característica sexual da nossa espécie, que é sentir muito prazer com o mesmo sexo, descobriu que muitos guerreiros, ao longo da história, fizeram com freqüência sexo entre si. Eles eram de povos que não foram influenciados por ideologias repressivas da sexualidade como o judaísmo, o cristianismo, o islamismo e outras semelhantes. Era muito comum ocorrer sexo com o mesmos sexo entre os gregos, romanos, samurais, índios de várias tribos e até piratas. O espartano identifica-se com eles. Daí descobriu que, se seguir o que esses guerreiros recomendavam como estilo de vida, treinar para ser subjetivamente forte, perspicaz e praticar sua ética (eles deixaram livros sobre normas de comportamento), viverá melhor. Encontrou assim o seu bushido (o caminho do guerreiro). Baseado nessas descobertas,  criou um nome para ser identificado por ter chegado a esse estado avançado de consciência da realidade que o faz diferente dos outros e, portanto, possuidor de uma nova identidade: espartano. Transformou essas descobertas em uma filosofia de desenvolvimento pessoal, que ele chama de tradição espartana.

[1] MEIRELLES, Ricardo. Declaração ao Jornal do Brasil no artigo Hormônio que Seduz, 07/04/2002.
[2] DIAMOND, Jared. Por que Sexo é Divertido? A Evolução da Sexualidade Humana.. Rio de Janeiro: Editora          Rocco, 1999. P. 14.

[3] DIAMOND, Jared. Op. Cit., p. 65 - 66.
[4] DIAMOND, Jared. Op. Cit., p. 67.
[5] DIAMOND, Jared. Op. Cit., p. 18.
[6] DIAMOND, Jared. Op. Cit., p. 11 - 12.

[7] Psique. Ciência & Vida. N.1  ISSB 1809-0796.: Editora Scala. p. 49.
[8] KOSNIK, Anthony. Coordenado por, A Sexualidade Humana. Petrópolis: Editora Vozes, 1982,  pp. 84 - 85.


[9] FILHO, Amilcar Torrão. Tríbades Galantes, Fanchonos Militantes. São Paulo: Edições GLS. 2000. p. 120.
[10] OLIVEIRA, Pedro Paulo de. A Construção Social da Masculinidade, Belo Horizonte: Editora UFMG,. 2004, p. 79.

[11] GREEN, James N. e POLITO, Ronald . Frescos Trópicos, Rio de Janeiro:. Editora José Olímpio,. 2004, p. 101

[12] BERGER, Peter L e LUCKMANN, Thomas,  A Construção Social da Realidade, Petrópolis, Editora Vozes.1999, p. 72, 73. Mais adiante, p. 238  e 239.
[13] MIELI, Mário. Homossexuality and Liberation.. Londres: Gay Men Press, 1980,  p. 77.
[14] DOURADO, Luiz Angelo. Homossexualismo e Delinqüência. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1970,  p 17 – 18. 

[15] TSUNETOMO, Yamamoto. Hagakure O Livro do Samurai.. São PauloConrad Editora do Brasil, 2004, p. 78.
[16] Refere-se a Anacreonte nascido em torno de 570 a.C na ilha de Teos.
[17] SPENCER, Colin. Homossexualidade: uma História.. Rio de Janeiro. Editora Record, 1995,  p. 44.

[18] GREEN, James N. e POLITO, Ronald, Op. Cit., p. 21.



A FUNDAMENTAÇÃO BASEADA EM PESQUISAS A NATURALIDADE E PORQUE RELAÇÕES SEXUAIS ENTRE HOMENS. 

Manifesto Espartano
Os Fundamentos Científicos

Depois de efetuar uma série de estudos sobre a diversidade do comportamento sexual humano para escrever uma dissertação de mestrado, descobri uma das mais recentes pesquisas científicas sobre a inexistência do estro (cio) pelo menos tão determinado como em alguns animais que mesmo tendo o estro se observa atividades sexuais entre os que se relacionam com o mesmo sexo. E nos seres humanos o estro pode ser tão sem determinação que ninguém o percebes e que o sinta claramente  nos seres humanos. Essa pesquisa foi efetuada por Catherine Dulac, professora de Biologia celular e molecular da Universidade de Harvard e por Emily Liman e David Corey, que são professores de Neurobiologia celular e molecular na Harvard Medical School. Todos os três trabalharam em Harvard e no Massachusetts Hospital, em Boston. Eles provaram, de forma inequívoca, que o ser humano não tem estro (cio) como os animais. Fato que muitos outros cientistas já tinham também constatado.

Paralelamente a isso, travei conhecimento com outras pesquisas efetuadas por Ford & Beach, 1951, 1958, Rosenzweig, 1973 que demonstraram que o aumento do córtex cerebral leva os animais, que possuem essa característica evolutiva, a apresentar comportamentos sexuais diversos da relação sexual visando unicamente a reprodução da espécie. Assim sendo, a soma dessas duas características da nossa estrutura biológica, a inexistência do estro e o grande desenvolvimento do córtex cerebral, leva a uma alteração fundamental na maneira do ser humano sentir prazer sexual. Esses dois fatos biológicos são, portanto, as únicas causas do porquê muitos homens e muitas mulheres, nas mais variadas circunstâncias, descobrem que a relação sexual com o mesmo sexo dá muito prazer. E, muitos deles e delas, unicamente por essa razão, a transformam em um hábito frequente e, muitas vezes, exclusivo. Muitos chegam, também, a se amarem profundamente. Publiquei dois livros a respeito dessas descobertas: Sexo Entre Homens e a Tradição Espartana e Os Fundamentos do Sexo Espartano, este último disponível para leitura aqui abaixo.

As causas sociais, históricas e econômicas da repressão ao sexo entre homens

Como o ser humano, pelas razões vistas acima, nas mais variadas circunstâncias e com muita frequência, descobre que o sexo com o mesmo sexo dá prazer, algumas sociedades proibiram a sua prática. O motivo da proibição é que é através da relação sexual entre pessoas de sexos diferentes que se fabricam crianças. Crianças transformam-se em mão-de-obra. A mão-de-obra é aumentada (mão-de-obra de reserva) ou substituída através do sexo entre pessoas de sexos diferentes. Sem mão-de-obra não existe acumulação de capital. Se muitos ou quase todos passarem a desperdiçar o sêmen só com prazer, recusando-se a reproduzir a espécie e, principalmente criá-la com seu eforço e dinheiro, a natalidade diminui e, consequentemente, a mão-de-obra educada pelos pais para ser útil no trabalho. Logo, sob o ponto de vista dessas elites, toda atividade sexual que desperdice o sêmen só com prazer deve ser desestimulada, ridicularizada e/ou proibida por lei. Para elas o destino erótico dos homens é ser pai-de-família. O familismo é propagado pela ideologia dessas elites como sendo a vontade da natureza o que, como provam as mais recentes pesquisas científicas, não é verdadeiro. Principalmente, no ser humano que evoluiu também na maneira de sentir prazer sexual e, assim sendo, tornou-se livre da determinação do estro em relação ao objeto sexual que lhe proporciona prazer.

Essa repressão, ao livre exercício da sexualidade humana, se iniciou com o judaísmo porque os judeus eram pouco numerosos, cercados de inimigos e, por isso, escravizados com frequência. Portanto, precisando desesperadamente aumentar a população, eles proibiram toda atividade sexual que desperdiçasse o sêmen só com prazer. Foram eles que criaram os primeiros termos pejorativos (sodomia e sodomita) para descaracterizar e nomear como pecado o sexo entre homens. Entretanto não quer isso dizer que os judeus devem ser considerados, assim como os católicos e adeptos de outras religiões, que foram os culpados de se ter criado a perseguição a liberdade sexual humana. É preciso que se leia a questão, nesses povos, de estabelecer normas para os prazeres sexuais, a partir de suas religiões, como uma necessidade de se criar uma familia de pessoas de sexos diferentes que fosse numerosa para poderem enfrentar inimigos mais poderosos e mais numerosos que queriam os escravizar. O controle então da natalidade passou a ser uma questão política e de guerra e não sexual. Por outro lado não existia uma medicina que garantia tanto o parto como a sobrevivência dos que nasciam nos primeiros meses com hoje ocorre. Portanto o fazer filhos era obrigatório. O que ocorreu foi que então passou a ser pecado tudo aquilo que não levava a procriação e uma família visando principalmente o objetivo de criar uma população grande o suficiente como mão de obra e exército. Não foram só os judeus mas os católicos, os islamitas e muitos outros povos que optaram pela criminalização de toda forma de prazer sexual que desperdiçasse o sêmen que só poderia ser usado para a reprodução da espécie. Hoje em dia Israel é um país que não reprime o sexo entre pessoas do mesmo sexo. Assim como a maioria dos paises católicos ou protestantes. O que pode ainda ocorrer é que grupos, no meu entender, equivocados, não compreenderem ainda que os livros sagrados podem e devem ser lidos dentro de uma necessidade política e econômica de um povo e que a palavra, para quem nela acredita, deve ser interpretada e principalmente porque a Bíblia, por exemplo, apresenta momentos nos quais uns episódios contradizem outros nessa questão. Por outro lado os textos sofreram de traduções feitas apressadas ou mesmo servindo aos interesses de grupos políticos de cada época. Assim sendo, não leiam esse manifesto como uma rejeição a nenhum povo ou religioso. O que não aceitamos é que, por razões política ou pessoais ou equívocos na maneira de pensar, algumas pessoas se achem no direito de perseguir aqueles que não querem seguir normas sexuais estabelecidas por elas usando religiões e equívocos também feitos pela ciência do século XIX que diziam ser doentes todos aqueles que não se relacionassem com o sexo oposto para reprodução da espécie. Reparem que esse tipo de discurso se dizendo científico no século XIX e até meados do século XX a Europa estava em um período de imperialismo colonialista promovendo guerras para invadir e criar colônias em todas as partes do mundo. Precisava, portanto, de um número grande de homens o brigados e dispostos a guerrear e morrer para que os outros, na Europa, ficassem ricos.

Com o advento do cristianismo, principalmente com São Tomás de Aquino, foi criada uma moral sexual baseada nos princípios do judaísmo, que descrevia o sexo entre pessoas do mesmo sexo como sendo contra a natureza. A descrição da natureza, efetuada pelo santo católico Tomás de Aquino, entretanto, é ingênua e não corresponde à realidade. A descrição medieval da natureza feita pelo tomismo não tem a menor semelhança com a natureza descrita pela ciência. Em relação à sexualidade humana as principais pesquisas científicas atuais, a respeito do estro e do desenvolvimento do córtex cerebral, apontam para o fato de que essas duas características de nossa espécie influenciam na criação de uma indeterminação dos objetos sexuais que servem para proporcionar prazer erótico aos homens. No ser humano o desejo sexual não é desencadeado por um suposto órgão (vomeronasal) situado no nariz, que percebe feromônios como ocorre com muitos animais, mas pelo olhar e pelo tato. Entretanto, como o crescimento da população, formando um contingente grande de mão-de-obra de reserva, é importante para o aumento do capital das elites sociais, em algumas sociedades foi imposta uma ideologia natalista e familista. Em grande parte ela se baseou na moral sexual católica e teve desdobramento no islamismo, para obrigar os homens a se casarem, fazer filhos e, com seu esforço e dinheiro, os preparar para ser uma mão-de-obra útil. Esse fato criou a síndrome do Zangão.

Para convencer a todos dos princípios dessa moral, as elites sociais e seus ideólogos programam, pelo terror, todos os homens, desde que nascem, para só se interessarem eroticamente por uma jovem, não parente próxima, se possível de menor estatura do que a dele. Este é o único objeto sexual possível e também obrigatório para todos os homens. Entretanto, como a real constituição biológica humana troca a excitação sexual provocada pelo estro (perceber feromônios pelo nariz) pelo olhar e o tato, muitos objetos passam a ser usados pelos homens para chegar ao orgasmo. Entre os mais frequentes estão as próprias mãos, animais, vegetais, objetos como bonecos e, claro, o mesmo sexo. A boca, as mãos, as nádegas e coxas, enfim um corpo masculino pode também proporcionar muito prazer sexual a outro homem. Portanto, vir a tornar-se, devido unicamente a isso, preferencial e exclusivo para quem o descobriu e praticou com mais frequência e sem culpa, descobrindo suas sutilezas e nuances. Entretanto, o medo de ser chamado de veado, bicha e os outros nomes criados desde o sodomita judaico, aterroriza uma grande parte dos homens. Em muitos deles a sistemática reprovação de todos das relações sexuais com o mesmo sexo soma-se, principalmente, ao pavor de que seus pais, entes queridos, colegas e vizinhos cheguem a saber que eles chegaram ao orgasmo com outro homem. Quer dizer, não se relacionam sexualmente só com o sexo oposto, como a moral sexual judaico-cristã e islâmica obriga a todos fazer. Eles então desenvolvem uma profunda homofobia (medo do sexo com o mesmo sexo) que os leva a um estado de torpor provocado pelo imenso medo de se entregarem a esse tipo de prazer. Nesse entorpecimento da percepção erótica eles não pressentem a possibilidade de chegar ao orgasmo com outro homem. Conformam-se, aterrorizados, com o fato de que não são eles que determinam onde colocam o seu próprio pênis para sentir prazer sexual, é a sociedade, através de seus pais, parentes, amigos e vizinhos, que o faz. Esse é um estado, portanto, de alienação sexual.

Uma das provas dessa programação sexual desencadeada pela violenta pressão social para todo homem ser pai-de-família é o fato de que quem foi programado pela moral sexual católica, em geral também não se relaciona sexualmente com suas irmãs, parentes próximas ou mulheres mais velhas. Rejeita, sem saber o motivo, todas as mulheres que não são aptas para a procriação. Suas irmãs também são mulheres, mas ele não as deseja. Não sabe o porquê. Só sente que não as deseja. Não as quer para o sexo. No Egito Antigo as teria desejado porque era permitido. Não as penetra, atualmente, porque esse tipo de relação pode por em risco a prole além de impedir a união do capital de famílias economicamente prósperas. Não sente desejo sexual pelas irmãs porque a programação, quando eficiente, provoca esse efeito de torpor sexual. Só não tem desejo por elas quando sabe que são suas irmãs. Não sabendo, pode vir a se relacionar sexualmente com elas com tranquilidade. Entretanto, mesmo não sendo verdade, uma vez sugerido que a mulher, diante dele, é sua irmã e ele acreditando, em geral, fica pertubado moralmente e perde de imediato o interesse sexual por ela.

O tabu só atua, psicologicamente, a partir da identificação das características que tornam proibido o objeto a ser consumido. O mesmo ocorre com outros objetos possíveis de darem prazer sexual, como o mesmo sexo. Se, devidamente programado, o homem sente o que os tabus, que lhe foram impostos, determinam. Acontece também com alimentos proibidos por alguns povos, não só com sexo. Ingerindo alimentos tabus o indivíduo vomita ou sente-se fisicamente muito mal. Esse fenômeno já está cientificamente comprovado por vários cientistas sociais e psicólogos.

Da mesma maneira, as mulheres muito novas, meninas ainda, não são aceitas. Só servem aquelas na idade correta para dar à luz e cuidar da prole, e, portanto, competentes para formar a futura mão-de-obra. Isso demonstra que o programado sexual pela moral sexual católica procura ser todo certinho, se comportando absolutamente de acordo com ela, mesmo sem ser judeu, católico ou muçulmano (islamita). Em relações às irmãs uma grande parte dos homens apresenta até um maior grau de torpor do que o que apresenta em relação ao mesmo sexo. Ele imagina que não sente nenhum desejo sexual por elas.

Entorpecido por uma ideologia sexual alienante que diz que o natural é ele só sentir atração erótica pelo objeto sexual que lhe dará filhos saudáveis, ele imagina que não deseja sexualmente outro objeto possível de lhe dar prazer a não ser aquele que interessa às elites sociais e, por isso, é obrigatório. Assim imagina que não deseja sexualmente suas irmãs e que não sente também desejo pelo mesmo sexo. Estamos falando da regra. As exceções só confirmam a regra. Ele canaliza, nervosamente, todo seu erotismo, e se esforça muito, unicamente para só sentir desejo sexual por uma jovem, não parente próxima, bonitinha e, se possível, de menor estatura que a dele. Daí o entorpecimento sexual em que vive, a castração de sua liberdade sexual, os desejos eróticos paralelos algumas vezes disfarçados, o nervosismo e sofrimento diante de tentações eróticas que não são aceitas pela moral católica. Muitas vezes vive comédias, quando é surpreendido desobedecendo esta moral sexual e é espezinhado por todos devido a isso. Outras vezes vive tragédias pessoais inomináveis, frustrações e pode vir a se tornar agressivo ou deprimido. Afinal ele está, para agradar parentes e amigos, indo de encontro a estrutura biológica do Homo sapiens que não possui estro.

A influência do tomismo nas teorias, supostamente científicas, sobre as causas do sexo entre homens

A alienação das sociedades que estabeleceram a moral sexual católica como a norma da sexualidade humana fez surgir um discurso pseudocientífico sobre o que levaria um homem a não se relacionar sexualmente apenas com o sexo oposto. Seus autores não fizeram a necessária análise crítica de um tabu sexual criado pelos judeus e tomaram o tabu pela realidade. Não perceberam que estruturaram seu edifício ideológico não tendo a base na realidade sexual humana. Ao contrário, se basearam na moral sexual do judaísmo e depois do tomismo. Assim fizeram desde os chefes de polícia até os psicanalistas, psiquiatras, psicólogos e médicos, principalmente no século XIX, século no qual se desenvolveram a industrialização e o imperialismo europeu, necessitando de abundante mão-de-obra e mercado consumidor para as novas mercadorias. Portanto, cada um inventou um termo e uma causa para explicar porque um homem fazia sexo com outro não enxergando, devido à influência da moral sexual do tomismo, que ele o fazia porque, sentindo muito prazer, chegava ao orgasmo. Apelaram para explicar esse pecado, renomeado de anormalidade, supostas causas além do prazer físico. Criaram, assim, uma espécie de metafísica mesmo se expressando em linguagem científica. Daí, para explicar porque existem homens que fazem sexo entre si, inventaram hipotéticas causas genéticas, hormônios pré-natais descontrolados, complexo de Édipo não resolvido etc. Quer dizer, sugerindo outras causas além do único fato físico real e observado que é o prazer sexual.Prazer esse que dois homens sentem quando descobrem que se acariciando reciprocamente chegam ao orgasmo. Eles sentem prazer, não porque são pervertidos ou anormais, mas porque a nossa estrutura biológica, resultado da nossa evolução como espécie (não termos estro e possuirmos um córtex cerebral muito desenvolvido que nos dota de muita imaginação) permite que todos que tentarem sentir prazer sexual com o mesmo sexo cheguem ao orgasmo. A grande maioria dos homens sabem ou desconfiam, por exemplo, que se masturbado ou tendo seu pênis chupado por outro homem vai chegar a ejaculação. Escamotear esse fato é ser hipócrita.

Entretanto, esses ideólogos travestidos de cientistas, comprometidos com os interesses das elites dominantes, na ânsia de reprimir toda forma de prazer sexual que não fosse a que gerasse crianças e a família que as crie, imaginaram as mais mirabolantes e insensatas teorias para reprimir o sexo com o mesmo sexo. Surgiram nomes como inversão sexual, invertido sexual, desvio sexual (desvio supostamente da natureza quando era, na realidade, apenas da moral sexual católica). A psicanálise criou o complexo de Édipo não resolvido para explicar o desejo sexual de um homem por outro que ela chama de perversão sexual. Por outro lado, fez uma fantasiosa descrição do desenvolvimento sexual da criança até o adulto, que, se normal, só faria sexo com o sexo oposto, o que coincide, e não é por acaso, com as normas da moral sexual do judaísmo e do tomismo.

E aí, aberta a cancela ideológica para promover o aumento da população visando o acúmulo de capital das elites dominantes, surgiram uma variedade bizarra de pesquisas, muitos vezes financiados por essas elites, sobre a causa de um sujeito, ao ser chupado por outro, chegar ao orgasmo. Qualquer irresponsável passou a dar sua versão teórica para explicar a causa de ocorrer sexo entre homens. Surgiram teorias delirantes como a influência dos hormônios pré-natais, supostas causas genéticas e outras que nunca foram de fato provadas e que são, sistematicamente, depois desmentidas por outras pesquisas. Todas elas não passam de pura ideologia inspirada em uma visão da sexualidade humana superficial, alienada, primária e oriunda das sacristias e do senso comum.

Construindo o sexo entre homens para além da repressão

A partir dessas conclusões pesquisei sobre como as outras sociedades e épocas, não influenciadas pelo tomismo, administraram o sexo entre homens, e constatei que nelas essa forma de obtenção de prazer sexual, não era proibida nem perseguida e, muitas vezes, foi incentivada. Confirmei essa descoberta, com a obra de muitos historiadores e antropólogos entre o quais Paul Veyne, K. J. Dover, Maurice Sartre, Godelier e, principalmente, com a excelente História da Homossexualidade de Wiliam Naphy, um conceituado professor e diretor no Colégio de Teologia, História e Filosofia da Universidade de Aberdeen da Escócia. Portanto, a realidade histórica, confirmada por rigorosa documentação histórica e antropológica, é que todos os povos não influenciados pelo judaísmo e o catolicismo, faziam sexo com o mesmo sexo sem problematizá-lo ou reprimi-lo. O que é censurado ou pouquíssimo divulgado é que não ocorreu esse fato só com os gregos e romanos da antiguidade clássica, mas com quase todos os povos. Grande parte dos guerreiros mais másculos, em muitos lugares e épocas diferentes, fazia sexo entre si. Entre os mais conhecidos estão os espartanos, samurais, índios de várias tribos e até os piratas. Em algumas tribos, como os Baruya, estudados por Godelier no seu livro La Production des Grands Hommes, o sexo entre um jovem e um guerreiro era um rito de passagem masculino.

Então, a cultura gay atual, com nomes como homossexual, gay e outros, é resultado de um período de alienação e repressão ao sexo entre homens. Os estudos desses guerreiros que, sendo másculos, fizeram sexo com o mesmo sexo, mostrou que os seus ensinamentos são muito úteis para orientar, atualmente, quem se relaciona sexualmente com o mesmo sexo. Quem concorda com os pontos de vista da Tradição Espartana ou Espartanismo, deve ser chamado de espartano e não de homossexual ou gay que seguem os pontos de vista sobre o sexo entre homens da cultura gay. A reação ao gayismo entre muitos homens que fazem sexo entre si é um fato e uma tendência cada vez mais frequente. E está também em pensadores como Jack Malebranche com sua crítica ao gayismo no seu excelente livro Androphilia A Manifestorejecting the gay identity reclaming masculinity, publicado recentemente nos Estados Unidos.

Porque o nome de Tradição Espartana, Espartanismo e, aquele que adere a esses pontos de vista ser chamado de espartano

Os espartanos, assim como todos os povos que não sofreram a influência da moral sexual judaica e católica, eram tolerantes com o sexo entre homens. Quase sempre associavam uma masculinidade guerreira ao sexo e amor entre homens. Era, portanto, uma tradição desses povos unir masculinidade e sexo entre homens. Por outro lado, Esparta criou um modelo de treinamento moral e subjetivo, além do físico, importante para a formação de homens amadurecidos e responsáveis. O termo espartano hoje nomeia também, além dos nascidos em cidades com o nome de Esparta, o homem que gosta de ser másculo e faz sexo com outro homem. E, além disso, o termo espartano usado aqui, engloba também todos os outros guerreiros de todos os outros povos que apresentavam essas mesmas características dos gregos da Grécia Clássica. O espartano atual segue essa tradição e o modelo de comportamento desses guerreiros sintetizados em um método (um bushido) para se orientar na vida.

O que percebi é que o código de ética, o treinamento subjetivo e a auto-educação desses guerreiros, para tornarem-se o melhor possível, é um caminho de desenvolvimento e orientação pessoal muito importante para os dias de hoje. Quem o praticar, e isso é a essência do que chamo de Tradição Espartana, poderá ter mais chances de se dar bem na vida. Isso se deve ao fato de que treinar para ser autodisciplinado, emocionalmente controlado, estratégico nas suas ações e honesto em todos os seus atos promove um sólido crescimento pessoal. Além disso, para complementar, deve evitar vícios, desde o fumo e drogas e ingerir muito álcool. E deve procurar se alimentar com o que é recomendado pelos estudiosos de nutrição. Esses fatores o educam para ser mais eficiente, amadurecido e subjetivamente forte. E, assim sendo, apto para enfrentar as dificuldades da vida. Portanto, a leitura dos textos e o estudo desses guerreiros, que fizeram também sexo entre si, tornam-se o melhor método para o indivíduo se orientar no mundo hostil e caótico no qual vivemos.

Com a percepção desses fatos de natureza histórica e antropológica compreendi que o que chamo de tradição espartana, e pode ser também chamado de espartanismo, contribui para criar grandes homens, amadurecidos e seguros de si. Essa é uma das suas finalidades. Essa teoria além de explicar, de uma forma científica e sensata, porque homens fazem sexo entre si visa criar uma nova espécie de indivíduos. Que, se organizados em uma fraternidade de apoio mútuo, estarão aptos a vivenciar e representar uma das melhores formas que existiu e existe de ser homem e praticar o sexo entre homens. Compreenderá, portanto, porque muitos gregos e outros povos achavam ser o sexo entre guerreiros um processo de auto-educação e uma forma superior de amar. É essa tradição, chamada a grosso modo de tradição espartana, que o espartanismo pretende resgatar.


..................................................................................................................................... Ricardo Líper



Complementos ao Manifesto Espartano

As vantagens das relações sexuais entre homens


1 – O sexo entre homens tem a imensa vantagem de não gerar crianças que criariam despesas e compromissos com elas para o resto da vida. Não estão incluídos aí os acidentes de parto, as crianças nascidas mal formadas, os adolescentes problemáticos, drogados, inúteis ou precocemente criminosos que transformam a vida de quem os trouxe ao mundo e/ou os cria em uma grande fonte de decepções, prejuízos econômicos, desespero e angústia. Se o sujeito não se liga a ninguém todo o fruto do seu trabalho é gasto com ele. Se gosta de viajar conhecerá o mundo. Ligando-se a outro o dinheiro dos dois será gasto com eles mesmos gozando a vida com imensa tranquilidade e tendo tudo que deseja de melhor.


2 - Ambos sendo do gênero masculino, tendo o prazer de ser homens, acham o outro um sujeito fácil de se apegar, sentir uma grande amizade e, portanto, amá-lo. Existe uma grande identidade entre e eles. A amizade e o companheirismo entre homens é uma das coisas mais prazerosas e frequentes que existe em todas as culturas. Se um homem acarciando outro dá para os dois chegarem ao orgasmo somando-se a essas vantagens é um verdadeiro tesouro. Aquele que não o perceber passou por ele e não o viu porque estava coberto pelo limo da ideologia da moral sexual católica. Quando ele lima a descaracterização da sexualidade humana que essa ideologia provoca na sexualidade ele percebe o ouro e se compreender e praticar a tradição espartana faz da relação com outro homem um tesouro real para ambos.


3 – Todos os homens, quando se identificam com o gênero masculino, sentem muito prazer de conviver uns com ou outros. Agrupam-se espontaneamente e se sentem muitos felizes entre eles e com os signos, hábitos, maneira de pensar que o gênero masculino criou ao longo da história. Se for compreendida por esse ângulo, a relação sexual e amorosa entre dois homens torna-se uma extensão desse companheirismo e é, então, como estamos vendo, extremamente prazerosa e vantajosa.


4 – Durante muito tempo os homens mais másculos de todos os povos antes da cultura católica e judaica, acreditavam que transmitiam ou trocavam a masculinidade ao treinarem e fazer sexo entre si. Em muitas culturas era um dos elementos do treinamento do aprendiz de guerreiro. Tanto na Grécia Antiga, como em vários povos como os sambia e barayunas, estudados por Godelier, via-se na relação sexual de dois homens uma transmissão da masculinidade. A penetração, quando ocorria, do jovem, maior de 18 anos, era vista como uma transmissão de masculinidade. Ele ficava mais másculo ao entrar em contato com o esperma e o corpo do outro. Era como se a testosterona do outro estimulasse a sua própria. Isto era sentido fisicamente. Seu corpo se masculinizava mais em contato com o do outro e nos ensinamentos e treinamentos que ele lhe dava. Um homem aprende a ser homem é com outro homem e não com mulheres. Foi à cultura católica e depois a alienação de nossa sociedade que esqueceram e/ou censuraram esse aspecto do sexo entre homens. Muitas vezes vinculado aos deuses demonstrado no episódio de Apolo e Jacinto, Zeus e Ganimedes e dos heróis e guerreiros do passado. Criou-se então o mito que um homem deitar com outro homem os dois ou um deles vira mulher. Assim sendo essa ideologia, passando a fazer parte da cultura gay ou homossexual, fez os adeptos do gayismo perderam essa grande força e eficiente herança de nossos ancestrais. A tradição espartana é o retorno a essa herança.

Resumo dos Fundamentos

 O meu foco de pesquisa é sobre que, em muitos povos, as relações sexuais entre homens se associavam a uma masculinidade de ambos muitas vezes guerreira. Veremos esse comportamento em Esparta, no batalhão sagrado de Tebas, entre os samurais, em muitos povos cuja formação de guerreiros geram uma gramática erótica na qual eles expressam sua masculinidade nos seus prazeres sexuais entre si. Uma gramática erótica aí são princípios criados a partir da descoberta do desejo erótico e dos prazeres sexuais possíveis que homens podem gerar entre si. Nessa gramática ser guerreiro e másculo definia esses homens. A partir daí ela criou uma linguagem subjetiva e objetiva nos atos de obter os frutos desses prazeres sexuais. Observamos que muitos rituais de passagem, e um dos mais divulgado foi por Godelier « La production des grands hommes : pouvoir et domination masculine chez les Baruya de Nouvelle-Guinée », no qual ele mostra que as relações sexuais entre homens, que treina seus recrutas, era fundamental para ele se tornar um guerreiro. Isso é recorrente em muitos outros povos. De forma sublimada ou não surgiu também entre monges. E os templários foram acusados desse tipo de prática entre homens em seus conventos de militares. Era criada, na relação sexuais entre eles como uma ode aos seus corpos semelhantes e a troca ou gestação da masculinidade não só no treinamento corporal e subjetivo mas com os prazeres sexuais de ambos. Esses prazeres, portanto tinha uma gramática própria que, muito resumidamente, era essencialmente formar entre si e em cada um deles uma ética rígida de conduta, de autocontrole de suas emoções para se criar, a partir dela, tendo os prazeres sexuais entre eles como um exercício visando aumentar neles tanto a masculinidade como tudo que se entendia por ser um guerreiro. Isto é, honesto e confiável e tudo aquilo que está sempre nos códigos desses guerreiros e da masculinidade. Era essa a premissa principal que é a concentração e desenvolvimento da masculinidade, vista como descrevemos acima, se gerava e aumentava a masculinidade deles traduzida em ser o mais forte subjetivamente possível daí sua autodisciplina e honestidade serem fundamentais, para enfrentar as diversidades. Eles viam nos outros não só o prazer sexual possível mas, nesse ato ritual, muitas vezes a ode a masculinidade dos dois, um processo pelo qual eles a aumentavam não só no treinamento mas na transmissão simbólica, ao extraírem prazer, muitas vezes, amor usando seus corpos e subjetividades assim construídas como o instrumento dessa celebração. Na Grécia Antiga, "ode" era um poema sobre algo sublime composto para ser cantado individualmente ou em coro, e com acompanhamento musical.

Entretanto, a partir do surgimento de povos como os judeus, os cristãos, maometanos entre outros essa peculiaridade foi demonizada e excluída dos prazeres sexuais entre guerreiros. Perdeu-se essa tradição, que era incentivada, da masculinidade tendo como os prazeres sexuais entre eles, um fator importante para sua constituição como homens e guerreiros.

A partir daí, depois de séculos de repressão, se viu desaparecer essa tradição chamada aqui de espartana, por uma outra gramática surgida pela insistência de que o único prazer sexual dos seres humanos possível é entre sexo diferentes visando a procriação. A única gramática possível de se ter prazer sexual era entre sexos diferentes. Destituídos de uma gramática própria, sua consciência e informação de como era praticada os prazeres sexuais entre homens os que descobriam os prazeres sexuais entre pessoas do mesmo sexo davam prazer, passaram a imitar a única forma possível e imposta de relações sexuais que era entre homens e mulheres. Encenavam uma pantomima erótica. Pantomima é a representação de uma história exclusivamente através de gestos, expressões faciais e movimentos, no drama ou na dança. E nessa imitação perderam toda a tradição dos prazeres sexuais entre homens e suas vantagens. Ao contrário, eles foram obrigados, por sugestão talvez, falta de informação, violenta repressão, que um deles imitasse uma mulher ou a representasse e o outro o homem. Isso se reproduziu também entre as mulheres que descobriram os prazeres sexuais com pessoas do mesmo sexo. Uma representava e se caracterizava com homem e a outra como a mulher desse homem.

No nosso entender muito se perdeu com essa imitação. Entretanto jamais nos posicionamos contra as pessoas administrarem seus desejos sexuais, e, ao contrário, defendemos o seu direito de ser como quiserem. Mas acreditamos também de termos o direito de ser como queremos ser. O que estamos aqui colocando é, portanto, a proposta que quem quiser praticar os prazeres sexuais entre pessoas do mesmo sexo com sua gramática erótica própria vinda de sua história antes de sua repressão o faça e temos aqui nesse site colocando os fundamentos dessa reedição dessa forma de se pensar e praticar os prazeres sexuais entre pessoas do mesmo. Força física é opcional, saúde sim deve-se procurar manter mas o fundamental é a subjetividade. Porque, no nosso entender, o sexo dos guerreiros, dos heróis com a exigência de se ser forte subjetivamente a partir de não roubar, ser confiável, ser honesto, ser disciplinado e assim se relacionar com outros homens permite a eles melhor enfrentar, na nossa atualidade, suas adversidades. A nossa proposta é essa.


Os Dez Princípios Espartanos

1 – Ser absolutamente másculo. Sentir um imenso prazer de ser homem, gostar de ter um corpo masculino e se relacionar sexualmente com o mesmo sexo. Mas nunca discriminar quem pense diferente. Respeitar e defender sempre o direito de cada um ser como quiser.
2 – Estudar e pesquisar os guerreiros de todos os povos, que faziam sexo entre si, para adaptar seus ensinamentos, e assim ter um guia seguro para, atualmente, resolver suas dificuldades. A tradição espartana é a descoberta que quase todos os guerreiros e homens mais másculos de todos os povos faziam sexo entre si. Muitos deles achavam ser essa forma de sentir prazer sexual e amar superior a qualquer outra.
3 - Não beber muito álcool. Evitar usar drogas. Evitar fumar. Evitar alimentos que prejudicam o organismo.
4 – Ser extremamente honesto. Não mentir. Não trair. Ser absolutamente confiável.
5 – Ser estratégico em todas suas ações. Ser previdente e persistente.
6 – Ser disciplinado.
7 – Controlar suas emoções.
8 – Ser organizado. Em resumo: treinar e assim educar-se, para praticando o agogé (treinamento) chegar ao areté (excelência) para atingir a ataraxia (imperturbabilidade) e a eudaimonia (felicidade). Isto é, ser o melhor que você pode ser, sob todos os pontos de vista, como faziam os antigos gregos. A tradição espartana visa criar grandes homens. É um processo de auto-educação.
9 – Construir uma fraternidade espartana. Ela é para ser uma organização internacional de homens, subjetiva e moralmente fortes, para praticar o apoio mútuo e os ajudarem a viver melhor e ter sucesso na vida.
10 – Compreender que o sexo entre homens pode ser um caminho para o aperfeiçoamento pessoal como foi, para muitos guerreiros nossos ancestrais, dos quais devemos ser os herdeiros, cultuá-los e, portanto, guardiões dessa tradição. É, isso, em essência, que é ser espartano hoje, espartano alfa, androespartano, espartanista, neo espartano.


Primeiro Princípio: O mundo, tanto natural como social, é hostil.

Guerrear aqui é entender que se vive em guerra constante contra uma natureza predatória que opera em nosso próprio corpo e em sociedades que são, profundamente desorganizadas, corruptas, caóticas e, portanto, cruéis com todos. Portanto, o conhecimento das estratégias militares adaptadas para administrar as situações predatórias à nossa sobrevivência ou qualidade de vida, é fundamental. É necessário treinar-se, de acordo com esse conhecimento, para ser o mais eficiente possível no ato de sobreviver no ambiente hostil natural e social em que vivemos. Precisa-se ser eficiente nesse objetivo para se ter paz. O guerreiro forma-se no interior de cada um. É uma organização das suas idéias, portanto uma filosofia, baseada na masculinidade dos nossos ancestrais. É, fundamentalmente, um conjunto de atitudes que norteia um treinamento constante para se vencer a hostilidade em nossa volta. Esse conjunto de atitudes é subjetivo, ocorre na consciência. Cria uma mentalidade.

Segundo princípio: a primeira guerra é travada contra nós mesmos

A primeira grande batalha, e exige muito conhecimento de estratégia, é travada contra nós mesmos. Só nos melhorando e, portanto, nos modificando, podemos vencer-nos para vencer. Vencer-se para vencer é eliminar os hábitos que nos enfraquece deixando-nos despreparados para sobreviver em uma natureza e sociedade, profundamente, hostis. Essa é a preparação para ser guerreiro e homem. A finalidade é ser forte. Entenda forte não só no sentido de corpo forte. Corpos fortes podem abrigar personalidades fracas, vulneráveis. Não confunda força com artes marciais ou músculos desenvolvidos, violência ou estupidez gratuitas. Esses comportamentos, superficialmente masculinos, são histeria e fraqueza. Não reduza masculinidade a estereótipos. A masculinidade é um estado de espírito profundo. Ela é, fundamentalmente, subjetiva. Expressa-se no corpo mas vem da alma. Alma aqui significa a introjeção de uma cultura masculina que o indivíduo descobriu, tomou consciência que é boa e passou a admirar profundamente. O homem verdadeiro é um misto de monge e guerreiro. O que está dito é que se deve ser o mais saudável possível mesmo que possua alguma limitação. Assim sendo, um deficiente físico pode ser mais saudável do que outro sem nenhuma deficiência. A maior deficiência é não ser estratégico e auto-suficiente e, portanto, não ter autodisciplina e autocontrole. O que consegue treinar-se para adquirir essas habilidades será o mais forte dos homens independente do corpo que possua. Compreender o limite de cada um é uma estratégia que dá força. A força de uma personalidade é subjetiva assim como a masculinidade. Expressa-se no corpo e nas atitudes mas é resultado de uma filosofia.


 As Atitudes Fundamentais no Ideal de Comportamento Espartano

Ao longo da formação da cultura masculina (principalmente naqueles que associaram masculinidade e relações sexuais entre homens) alguns princípios são frequentes em todos os textos que chegaram até nós. Esses princípios apareceram entre os espartanos, no hagakure dos samurais, nos códigos de ética dos cavaleiros medievais e em muitos documentos e relatos de outros guerreiros que deixaram registrados seus pontos de vista. Resumidamente temos:

1 - Autodisciplina e Autocontrole

Autodisciplina. Todos os guerreiros foram disciplinados ou ambicionaram isso. É uma virtude perseguida, exigida e ensinada por todos eles. A disciplina é uma das principais armas que o guerreiro tem. Mas a disciplina imposta é fraca. Possui uma força débil e humilha o homem que se submete à vontade de outro que nem sempre quer o seu bem. A melhor disciplina é a autodisciplina. O seu comandante deve ser você mesmo. Por isso que o espartano é alfa. O seu general existe dentro de você. A sua congregação é uma fraternidade de homens livres. Você toma consciência de que é herdeiro dos guerreiros do passado e pratica os seus ensinamentos. Entre eles a autodisciplina foi essencial.

Autocontrole. Controlar as emoções e sentimentos é agir com a razão. Calculadamente. Friamente. Selecionando quais as melhores estratégias para atingir os objetivos. Deve controlar seu dinheiro. Nunca ser perdulário. Espartano significa ser simples. Comedido. Aprender a viver com simplicidade. Nunca ter comportamentos nem ideologia burgueses. Não cair nas artimanhas da moda, do consumismo induzido pelo comércio capitalista ávido por lucros fáceis. O espartano deve fazer um grande esforço para não ser enganado por empresários e vendedores de mercadorias de griffes ou marcas. O espartano faz de tudo para não ser feito de otário por espertos, vigaristas, embusteiros que constituem a maioria das pessoas de uma sociedade capitalista. Evita comprar e consumir bugigangas e cacarecos.

2 - Perseverança

Nunca desistir de seus objetivos desde que sensatos e plausíveis. Só vence quem insiste lutando contra todas as dificuldades.

3 - Organização

Quanto mais organizado se for, mais eficiência se terá. A organização faz o homem ficar forte.

4 - Nunca tornar-se vulnerável

Significa ser previdente. Não se expor a perigos. A prudência é uma das virtudes espartanas. Deve-se evitar o perigo seja ele de que tipo for. Ser previdente é sempre ter alternativas ao que se está empreendendo. É o pulo do gato. Sempre cave um poço antes de sentir sede. Desconfie de todo mundo. Seja paranóico, se for necessário. Deve-se ter um treinamento constante para desenvolver a perspicácia. Não se deve nunca ser ingênuo ou tolo e, jamais, otário.

5 - Informação

Não se deve agir sem ter as informações a respeito do quê estamos fazendo e com quem estamos lidando. Não existe defesa nem guerra, sem espiões. Na vida cotidiana das pessoas eles também são necessários. Tem de se saber com quem ou com o quê estamos lidando. A informação é fundamental.

6 - Autoconfiança

Confiar em si é ser auto-suficiente. Compreender que tem a capacidade de enfrentar todas as circunstâncias adversas porque adquiriu, pelo treinamento, as atitudes acima e, portanto, condições de sair-se bem em qualquer dificuldade. Acreditar que o exemplo dos guerreiros da antigüidade e a comprovação da eficiência dos seus ensinamentos o guiará. O exemplo e símbolo dos guerreiros ajudarão a vencer as dificuldades e a hostilidade do meio ambiente. Quem está na companhia dos guerreiros (os encarando como ideais e símbolos positivos de comportamento) não está sozinho.

7 - Nunca mentir, roubar ou matar

O espartano não mente, engana, agride ou mata o semelhante, a não ser em legítima defesa. Jamais maltrata crianças, mulheres, idosos, animais, os mais fracos ou qualquer tipo de pessoas que não lhe agrida ou coloque em risco sua sobrevivência. Possui ética. Não trai ou rouba. O espartano tem caráter, palavra, é homem de fato. É absolutamente confiável. Treina-se toda a vida para possuir uma ética inabalável.

8 - Justiça

Nunca ser injusto. Reconhecer quando não tem razão e redimir-se.

9 - Não possuir nenhum vício

Por vício entende-se consumir qualquer tipo de droga (maconha, cocaína, anabolizantes etc). Evita desde o álcool em excesso até uma alimentação incorreta. O ideal é ser abstêmio, não fumar e afastar-se de uma alimentação desregrada e tudo aquilo que a sociedade capitalista, insensata e predatória, cria para obter lucros fáceis sem se preocupar em viciar, enfraquecer, escravizar e matar o homem. O espartano é um guerreiro que treina, sistemática e permanentemente, o corpo que tem, o fortalecendo (entenda tornando-o o mais saudável possível), para enfrentar um mundo predatório, uma sociedade capitalista hostil e sobreviver com dignidade.

10 - Estudar e pesquisar a masculinidade

O espartano estuda os textos dos e sobre os guerreiros e os transforma em um guia para sua vida cotidiana. O estudo de exemplos de masculinidade é importante assim como conhecer o gênero masculino e suas tradições. A educação de crianças do sexo masculino em outras culturas diversas da nossa, deve ser estudada. Assim como a formação dos guerreiros e os ideais de comportamento masculino entre os espartanos, samurais, cavaleiros medievais e em várias tribos indígenas. Estão afastados os rituais de passagem para a masculinidade adulta sádicos ou perigosos. Nenhum homem deve obrigar outro a fazer o que não quer. Se um homem consegue encarnar todos esses ideais de comportamento constrói-se como um indivíduo admirável. Merece um profundo respeito dos outros. A filosofia espartana é uma autoconsciência. A relação entre membros de uma fraternidade espartana é igualitária e baseada em um profundo respeito e ajuda mútuos. Está afastada qualquer violência ou humilhação em seus rituais. Eles são sempre rituais que geram confiança, respeito, alegria de participar de uma fraternidade. Uma organização espartana é uma espécie de maçonaria. Uma irmandade no sentido profundo do termo.

11 - Não discriminar outros comportamentos, cor da pele, práticas sexuais, maneiras de ser e pensar. Só não apoia relações sexuais por estupro ou com menores de 18 anos porque o espartano não admite nenhum tipo de dominação do homem pelo homem e, assim sendo, menores de 18 anos ainda não tiveram o tempo necessário para poder ter experiências sexuais nas quais ele pudesse saber quais as melhores, para ele, para sentir prazeres sexuais.

O espartanista não discrimina ninguém nem abriga nenhum tipo de preconceito. Não é contra nem discorda de homens e mulheres que mudam de sexo, querem ser andróginos. Muito pelo contrário os apoia, luta e defende os seus direitos de serem livres para ser como quiserem. O que o espartano também reinvindica para si que quer ser espartano. É mais ou menos o seguinte: você é brasileiro e gosta de ser brasileiro. Você não é francês nem alemão. Tanto você como os franceses e os alemães comem pães mas não é por isso que você tem, obrigado pelos franceses, de deixar de ser brasileiro para ser francês porque você come pães e eles também. Ora, o fato de você se relacionar sexualmente com outro homem não é obrigado a se chamar, ser chamado de homossexual, gay etc. Comer o pão da mesma maneira que os franceses, alemães ou outros povos não impede de você ser diferente deles só porque come pães e bebe água, vinho ou cerveja como eles. Você tem o direito de se chamar como quiser e comer o pão da forma que quiser e não como os outros querem que você coma. E isso não quer dizer que você, como brasileiro, é contra os franceses e como eles comem os pães deles. Muito pelo contrário, você respeita os franceses e todas as culturas e países mas quer exercer o seu direito de gostar de ser brasileiro e conviver também com outros patrícios brasileiros o que não impede de conviver também com franceses, alemães, paraguaios respeitando e sendo respeitado nas peculiaridades de cada um.


 O estupro não é um comportamento que um espartano deva fazer. Os prazeres sexuais é entre homens sempre de forma consensual e jamais obrigando ao outro de forma indireta por chantagem ou por violência. É sempre respeito, amizade e muita felicidade com o que ele está lhe proporcionando. Quando um outro homem pega no meu pau e o alisa ele para mim é um anjo e o trato como tal, se o chupa para mim é um santo e o trato como tal e me deixa o penetrar um Deus eu o trato como tal. Mas não precisa fazer isso tudo basta fazer o que ele se sente bem fazendo e o que eu também posso lhe retribuir para ambos serem deuses um para o outro. As vezes é apenas fazer uma masturbação recíproca que é o mais frequente ato entre homens efetuada entre muitas carícias corporais recíprocas. E muitas coisas eles então inventam brincando com seus corpos visando sentir cada vez mais prazer que os homens descobriram que podem dar uns aos outros. É uma coisa sempre inocente, bela porque amorosa e o amor é muito melhor do que a briga, o assassinato e as guerras. É muito melhor dois homens se masturbarem reciprocamente, se beijando e se acariciando do que se esmurrarem, se odiarem e se matarem.


1 - É absolutamente masculino e faz sexo com outros do mesmo sexo. É homem sob todos os pontos de vista. Gosta de ser homem e admira profundamente a masculinidade a ponto de estudá-la e cultuá-la. A quer para si e não só nos parceiros.  

2 - Não admite nenhum modismo andrógino, mesmo usado pelos que dizem ser homens. Jamais vai aparar as sobrancelhas como as mulheres fazem, usar brinquinhos, pulseiras, cores berrantes ou femininas, piercing, coisas muito extravagantes. Tatuagens, se gostar, não são obrigatórias, são liberadas. Cuida do corpo mas como homem.

3 - Não é uma caricatura da masculinidade. Evita a violência mas é subjetivamente forte. A masculinidade que aqui estamos falando vem de dentro. Expressa-se na maneira de falar, andar, agir mas é, essencialmente, o estudo e a posse das estratégias, controle emocional, disciplina, ética adquiridos no auto-treinamento de acordo com os ensinamentos dos antigos guerreiros que nos inspiram. Nunca confunda masculinidade com corpos musculosos. Não é obrigatório esportes, malhação, lutas marciais. Entretanto não se deve ser sedentário. Recomenda-se apenas andadas diárias e, assim mesmo, depois de ouvir a opinião do seu médico.

4 - Nunca fica vulnerável. Treina, de acordo com a sabedoria dos guerreiros, para ser cada vez mais previdente, perspicaz, controlado e estratégico.

5 - A finalidade da teoria chamada de tradição espartana é, ao fazer o seu adepto estudar as tradições masculinas e gostar do fato de ser homem relacionando-se sexualmente com outros homens, torná-lo apto a sobreviver.

A tradição espartana, como já foi dito, é uma teoria sobre as relações sexuais entre homens. A medida que se estuda a masculinidade através de seus documentos, das narrativas de antropólogos e estudiosos da masculinidade adquire-se uma força muito grande para enfrentar as realidades cruéis que se colocam diante de nós aleatoriamente ou, algumas vezes procuradas por nós próprios, até sem nos apercebermos. .

6 - A relação de dois homens é uma relação de dois guerreiros. Inspira-se na forma grega de relação entre o erasta e erômeno sem a pedofilia de alguns gregos. Os dois se unem à semelhança de parceiros militares. Não importa o que fazem na cama. Nada tem de semelhante a um casal de homem e mulher. São dois parceiros unidos pela necessidade de sobrevivência. Jamais adotariam crianças. Faz, da sua união sem filhos, uma concentração de capital neles dois para gozarem a vida. Possuem um acordo erótico entre homens não um caso ou maridos e esposas. Pode ser que, em algum momento desse acordo, um ajude economicamente o outro. Mas a maior ajuda é fazer com que o acordo entre os dois os façam crescer e, portanto, mais cedo ou mais tarde ambos estarem bem economicamente sem um depender do outro. É uma forma de relação superior. Relação comum que foi comum entre heróis e deuses gregos. É a extensão da camaradagem masculina. Fazem as coisas juntos, andam juntos, quase sempre estão juntos e gozam, um com o outro, juntos. Assim sendo nenhum dos dois pode ter outro compromisso com namoradas, noivas, esposas. Um se aproxima do outro como homens unidos pela tradição espartana. A essência desse acordo é fazer o outro feliz. Isto é, ser o seu melhor amigo. Portanto, se não puder ser como Alexandre e Hefestion, Aquiles e Pátroclo e até personagens de ficção como Batman e Robin, que não o seja. Se não for equivalente a esses modelos e promotora da felicidade e do equilíbrio emocional não deve existir. Ter um companheiro fixo não é muito importante. A auto-suficiência, o sexo ocasional e os muitos colegas espartanos unidos em uma fraternidade, inspirada em organizações marciais, substituem, com vantagem, relações desastrosas. O que importa é a auto-suficiência, a força de personalidade adquirida pelo treino a partir da sabedoria dos guerreiros e a paz que tudo isto dá.

7 - Deve-se ter muito cuidado com a visibilidade dos espartanos. Uma vez que o indivíduo resolveu assumir-se como espartano deve ser coerente com os seus ideais de comportamento. Está se construindo uma nova identidade. A grande maioria dos espartanos, principalmente os que resolverem assumir-se como tal, devem ser coerentes e representar a identidade espartana de acordo com seus princípios. A visibilidade dessa nova identidade deve refletir sua real maneira de ser. Isso é muito importante. Ser espartano significa ser o melhor possível de ser homem. O exemplo de cada um é a maior propaganda que se pode ter obrigando a todos um respeito muito grande.



O que é masculinidade

A tradição espartana entende que masculinidade é uma cultura e uma filosofia que foi elaborada pelos guerreiros e homens, de vários povos, ao longo da história. Muitos desses homens deixaram documentos nos quais descrevem seus ideais, maneiras de agir e códigos morais masculinos. Era comum eles terem relações sexuais entre si. O conteúdo desses documentos não corresponde ao comportamento burguês ou pequeno-burguês daqueles que hoje se dizem homens sem conhecerem o que é a masculinidade e nunca a terem estudado. Violência, histeria, fascismo, autoritarismo, redução de masculinidade a sexo reprodutivo, corrupção, roubos, drogas, alcoolismo, fumo não correspondem aos ideais de virilidade dos nossos ancestrais que criaram o gênero masculino. A masculinidade surgiu na luta do homem contra a hostilidade da natureza. Ele teve de se tornar um guerreiro. Daí surgiram todas as normas morais e de comportamento que estruturam o gênero masculino.

O homem, de fato, não é descontrolado. O ideal de masculinidade, que se propõe aqui, é o indivíduo sensato, seguro de si, calmo, racional, firme, sereno que nunca perde de vista seus objetivos, que os procura atingir através de estratégias estudadas a partir dos ensinamentos dos guerreiros. Essas são suas armas para vencer as adversidades. Repare que, como se fosse um modelo recorrente, muitos heróis de ficção e da realidade agiram assim. São calmos, cordiais, e agem. Os homens devem agir com calma, racionalidade acima de tudo, jamais se deixando levar pelas emoções. Deve promover a justiça e a democracia. Um dos grandes filmes de western que os americanos fizeram foi Os Brutos Também Amam (Shane), que não trata de sexo entre homens, mas mostra o ideal de masculinidade, que aqui estamos falando, na conduta do personagem central




As 5 desvantagens do heterossexualismo


1 – Embora a relação entre pessoas de sexo diferentes seja mostrada como uma coisa natural, em se tratando do ser humano, não é. Ela, como é praticada nas sociedades influenciadas pela moral sexual católica, é imposta artificialmente aos homens. Portanto, sendo uma ideologia, uma moral sexual e não uma coisa natural do ser humano aqui se chama heterossexualismo. O fundamento biológico do que está aqui dito está no segundo item dos 10 Princípios Espartanos.
2 – Sendo uma programação sexual imposta pela moral sexual católica ela limita os prazeres sexuais possíveis para o individuo desfrutar. A rigor ele só pode relacionar-se sexualmente, isto é, apenas enfiar seu pênis em uma vagina de uma jovem não parente próxima, se possível com pouca diferença de idade da dele. Por trás desse preceito da moral católica e do ensinamento social da conduta sexual tida como correta, está o interesse da elites dominantes de aumentar ou manter a oferta de mão-de-obra para acumular capital. Releia o item 3 dos 10 Princípios Espartanos. Logo está descartado um natural e suposto desejo nascido ou adquirido por ele, unicamente, por esse objeto sexual descrito como correto. Na realidade ele é programado pela ideologia da moral sexual católica e se acomoda com o que a sociedade exige dele com pavor de ser estigmatizado socialmente se não o fizer sendo chamado de veado por isso.


3 - A finalidade do sexo entre pessoas de sexo diferente é gerar crianças. O individuo pode, se ainda solteiro, fazer alguns treinamentos sexuais não se comprometendo, entretanto, mais cedo ou mais tarde todos cobram que se case. Em um homem já solteiro de 30 anos as cobranças e a pressão aumentam. Todos querem que ele tenha uma profissão e um emprego sólido para poder se casar, fazer filhos e manter a esposa e os filhos. Isto é, fabricar e criar a mão-de-obra com seu dinheiro e esforço. Esse destino rígido é imposto com violenta pressão para todos os homens. Ai daquele que não se conformar com isso. É ameaçado de todos as formas. As pressões psicológicas são imensas. Suspeitas sobre sua masculinidade (aí vista, apenas, como penetrar mulheres) e sobre sua potência sexual. Cobranças e mais cobranças, com mães e pais preocupadas, vizinhos mexeriqueiros etc. Não é raro muitos deles se precipitarem e fazerem casamentos mais desastrosos. Uma vez cumprido o destino social de zangão já, em sua casa, trabalhando de morrer para manter filhos e mulher, todos lhe abandonam. Não ligam mais para ele. O deixam em paz. Ele fica com a infeliz, também martirizada por crianças, às vezes superativas, onde o desejo sexual muita vez decaiu nos dois. Essa vida miserável se limita a lutar para ganharem dinheiro e seguir o ritual de preparar a os filhos para eles entrarem no mercado de trabalho. Daí, as despesas com as escolas, o medo das drogas ou qualquer coisa que os impeça deles se tornarem uma mão- de-obra útil. A maior preocupação de todos os pais é que os filhos estudem, se formem e consigam um bom emprego para se casarem e terem um casal de filhos. Viver esse papel de pai-de-família é uma tortura sem fim. Muitos homens dão para beber, espancam as mulheres sem saber porque ou as torturam psicologicamente e vice-versa; ficam impotentes ou perdem o interesse por sexo ficando assexuados que é o destino de muitos desses zangões. Essa é a essência da infelicidade dos casamentos promovidos pelo heterossexualismo. Se arranja uma amante para poder fazer sexo quando o sexo no casamento que já não existe ou não dá nenhum prazer, precisa ter dinheiro e enfrentar a pressão de todos porque desvia o dinheiro da manutenção da casa e dos filhos. Se tem outras famílias é pior porque tem de trabalhar mais para mantê-los com todos os dramas oriundos dessa escolha. Enfim é a infelicidade resultado da alienação social e sexual. Nas leis brasileiras, em caso de morte, a amásia, como se dizia antigamente, tem direito de casada para manter os filhos leia-se a futura mão-de-obra.


4 – Aí a ideologia da moral sexual católica diz que os filhos cuidarão dos pais na velhice. Mentira. Pode ser, mas não é a regra. A família é implosiva. Quer dizer, se cria os filhos para se ficar só porque eles devem sair de casa e fazerem novas famílias para gerar e criar nova mão-de-obra. Só ficam em casa os filhos incapazes e doentes. Logo, na velhice, os pais ficarão sozinhos. Ocorrem aí duas coisas. Se os filhos forem inúteis e não gerarem rendas vão viver explorando os país para manter a programação sexual (terem se casado e ter feitos filhos) imposta pela sociedade. Daí os pais vão criar os netos e só não criarão os bisnetos, com seu dinheiro e esforço, porque a natureza, ao matá-los, os libertarão desse encargo. Se forem ricos os filhos muitas vezes desejam sua morte para administrarem e se matarem nas disputas pela fortuna com irmãos e cunhadas interesseiras. Outro comportamento é exceção à regra. Nunca vi uma cunhada abrir mão de muito dinheiro para outra desfrutar a fortuna do sogro.


5 – No período da vida que os pais mais precisam de carinho, cuidados que é a fragilidade da velhice eles estão muito ocupados em criar os filhos e os pais são um estovo. Quando moram com eles são ridicularizados, maltratados por sogras e parentes da mulher ou vice- versa. Quando moram sós as visitas, dos apressados filhos, são cada vez mais espaçadas. E tem os asilos... Um filme que retratou muito bem isso é Parente é Serpente. Excelente para ser visto na época do Natal... E os que se conscientizaram da imensa diversidade de prazeres sexuais possíveis para os homens e tiveram coragem de desobedecerem as elites dominantes podem estar naquele cruzeiro para Europa ou o Oriente com seus amigos, em uma festa na sua cabine, todos mundo cantando e tirando a roupa... Ou só com o seu amante. E, depois, Tahiti e mais sexo, gargalhadas, festas.... Ou uma vida menos agitada, a depender do gosto de cada um, ao lado de um outro guerreiro, companheiro e/ou de irmãos da fraternidade espartana que é uma espécie de maçonaria e uma família verdadeira.


Bibliografia Inicial Básica

Reúna-se com pessoas interessadas em tomar consciência do que é praticar relações sexuais com o mesmo sexo. Leia o nosso manifesto e os nossos fundamentos e faça um grupo de estudo sobre os livros abaixo. Veja e discuta os filmes recomendados.


Existem três livros que precisam ser lidos, relidos e estudados em grupo ou individualmente. São fundamentais para a formação da consciência sobre o que é são as relações sexuais entre homens. A vida não poupa os negligentes. Nunca se esqueça disso. Não tenha preguiça de estudar, de ler e aja formando um grupo confiável de amigos para enfrentarem juntos as adversidades.


Existe uma História da Homossexualidade de William Naphy que precisa ser lida. Não deixe de ler esse livro. É a história do sexo entre homens baseada nos documentos históricos que escaparam do fogo da inquisição. Eles nos fornecem a verdade. Foi editado pelas edições 70 de Portugal.


O outro livro básico é : A Invenção da Heterossexualidade de Jonathan Ned Katz. Ediouro.1966. Não achando nas livrarias uma sugestão de onde procurá-lo é www.estantevirtual.com.br.


Outro livro que não pode deixar de ser lido é Homossexualidade: uma História. Colin Spencer – Editora Record. Procure na estantevirtual porque consta está esgotado.


A Homossexualidade na Grécia Antiga de Kenneth J. Dover. Nova Alexandria. Relançado recentemente. Não deixe de comprar e ler.


Os textos dos guerreiros para você aprender e desenvolver estratégias de conduta e ética


A leitura desses textos deve ser feita com senso crítico. Deve-se descontar as características de cada cultura e as especificidades históricas. O que se procura neles é a sua essência. Isto é, os princípios morais, as estratégias de batalhas e lutas que podem ser adaptadas as lutas e batalhas que temos de travar para sobreviver em uma sociedade predadora e doentia e uma natureza hostil e cruel.

Livros

Hagakure. Yamamoto Tsunetomo. Conrad Livros

Hagakure. Yukio Mishima. Editora Rocco

Bushido. O Código do Samurai. Daidoji Yuzan. Editora Madras

Esses livros sobre o pensamento dos samurais são versões e resumos do original. Entretanto é um bom início para o estudo do pensamento desses guerreiros japoneses. Pode ser completado com outras obras sobre o Japão. Sugiro: Morte Voluntária no Japão. Maurice Pinguet. Editora Rocco A Vida e Obra de Mishima. Henry Scott Stokes. Editora L&PM

Sobre estratégia militar A Arte da Guerra. Sun Tzu. James Clavell. Editora Rocco.

A Arte da Guerra. Sun Tzu. Thomas Cleary. Editora Pensamento.

Existem várias versões deste livro. Deve-se comparar e estudar todas elas.

O Livro dos 5 anéis. Myamoto Musashi. Editora Madras.

O Livro da Ordem da Cavalaria. Ramon Llull. Editora Giordano.

Da Guerra. Carl von Clausewitz. Martins Fontes.

Filmes
O Segredo de Brokeback Montain – Obrigatório. Quem não tem o DVD para assistir periodicamente está vacilando.
Alexander de Oliver Stone. Grande filme crucificado pela crítica conservadora e homofóbica norte-americana porque o diretor é muito crítico em relação aos Estados Unidos. Embora tímido, o filme procura ser verdadeiro em relação ao sexo entre homens. Não deixe de ver os comentários do historiador no DVD. A versão do diretor corta as cenas de afeição amorosa entre Alexandre e Herfestion.

Tabu (Gohatto) Direção de Nagisa Oshima. De forma pioneira aborda a verdade histórica que era a freqüência do sexo entre os samurais.

Furyo - Em Nome da Honra (Merry Christmas, Mr. Lawrence) Direção de Nagisa Oshima.

Filmes que, embora sem o conteúdo especificamente espartano, mostram uma realidade pré-espartana.

Maurice (Maurice) 1986. Inglaterra. Direção de James Ivory. Com James Wilby, Hugh Grant, Rubert Graves. Baseada em obra do escritor M. E. Foster possivelmente autobiográfica. Já existe em DVD.

Uma Delicada Atração (Beautiful Thing) 1996. Direção de Hettie MacDonald. Com um elenco desconhecido com grandes interpretações principalmente dos jovens que se apaixonam um pelo outro.

Tempestade de Verão - Baixe da Internet


Aqui temos vários aspectos da teoria espartanista entre homens

Um correspondente,  Igor Alexandre Spartan, nos mandou esse resumo:

Acho que entendi os pontos chaves da tradição: força masculina.
Masculinidade gera masculinidade. Qualidade afetiva é fundamental... Antes de mais nada somos irmãos. União é forca.
Sexo não é a prioridade. O tesão masculino é um meio de trocar força, como os nossos velhos guerreiros ancestrais faziam. A honra é fundamental no grupo. Sem honra não tem espartano.
Cara vejo isso exatamente como uma falange! Não muda naaaaaada!
Acho demais a idéia de resgatar a vida em falange hoje em dia. É o que busco.
Esse texto foi mandado por Igor Alexandre um dos nossos correspondentes.
Só enfatizamos, que a noção de falange é uma maneira de organização de homens que gostam de ser homens e de homens para desenvolverem seus potenciais. 

E aí comentei:
A união desses homens visa apenas isso. Não tem nenhum objetivo além de atividade legais pacíficas e jamais agressivas a nenhuma lei vigente. Visa criar uma associação de ajuda mútua visando apenas promover para seus membros o que sindicatos, maçonarias, feministas, movimentos raciais promovem. É uma proposta de associação de defesa não de ataque ou desrespeito a ninguém. No nosso caso é defender o direito de ser homem másculo e gostar de outros homens inspirado nas filosofias morais dos guerreiros ancestrais que também tinham comportamentos afetivos e eróticos entre si.. A inspiração principal é na filosofia de vida do Batalhão Sagrado de Tebas no que ele tem de somar masculinidade plena e amor e sexo entre homens. Isso é que nos interessa: a filosofia, os códigos de honra que criaram a filosofia de vida desses homens. No nosso entender seguir essas regras aplicadas ao aperfeiçoamento pessoal hoje é que é o nosso objetivo pessoal e tendo uma organização para promover pesquisas sobre esses códigos de honra e comportamento, ajustá-los aos dias atuais para que todos nossos associados tenham uma vida de paz e felicidade. 

Por que se ser espartanista?
Ricardo Líper

   Concordo inteiramente, se é que entendi, com o proposto por Kratos em um artigo onde ele sugere que precisamos aparecer e interagir com o meio.

1 – Eu me assumo como espartano, neo-espartano, andro-espartano onde posso. Mas não devo obrigar a ninguém, longe de mim tal atitude, a fazer o mesmo. Se conhece travestis porque nós os vemos e eles falam sobre eles. Se conhece gays pela mesma razão; se conhece os caçadores, isto é,  prostitutos, porque também o vemos e eles falam sobre si, o que pretendem e como vivenciam e pensam as relações sexuais entre homens. Acho que essas três formas são visíveis, têm expressões próprias, gestos típicos, mais ou menos semelhantes, entre seus representantes. Os gays, com algumas pequenas diferenças, misturam os gêneros masculinos e femininos. Não só os gays reais que conhecemos e vemos no dia a dia, como nas novelas, nos filmes, enfim, em tudo que significa gay. Os caçadores, isto é, prostitutos, também. Com muito poucas diferenças entre si. E aqueles que não se enquadram entre esses tipos e gostam de sentir prazer sexual com o mesmo sexo ficam como? Oscilando aqui e ali, muitas vezes sem sabererem o que pensar, ora ficam mais másculos, ora não. Não gostam de ambientes gays, percebem as frustrações desse circuito, vivem algumas vezes neles, por falta de opção.  Há uma certa pressão dos gays, quando o sujeito não encarna o caçador, o chamado por eles de bofe, de forçar o outro a pertencer a cultura gay chamando a si a ao outro independente do que ele pensa de si, de forma geral, por uma invenção do século XIX: o homossexual. Por outro lado aparece nesse mesmo século o heterossexual, outra invenção, porque é apenas um sujeito  que segue a moral sexual cristã, a não ser que você acreditem no que médicos inventaram que é genético um homem gostar de homem, sem nenhuma prova científica do fato. E essa tipologia ficaria sem sentido. O caçador seria homossexual? Muitos gays acham que não. Que ele é homem no sentido dado pela nossa cultura e ideologia que homem é apenas aquele que gosta de mulher para o sexo.
O que se observa é que os caçadores são confusos na prática e no que pensam, no que imaginam ser o sexo entre homens. Muitos não se desenvolvem a partir dessa descoberta, muito pelo contrário. Ficam sempre muito confusos sexualmente oscilando entre, a necessidade de vencer a culpa de infligir a moral sexual cristã e a pressão da sociedade para eles serem reprodutores como prega a moral sexual cristã. Daí se envolvem com namoros e casamentos sempre fadado ao insucesso, ou inclinam-se para uma maneira de ser gay. Já os gays, em geral, apresentam certa agressividade com os outros gays, um certo racismo muito presente, uma admiração da burguesia, da riqueza como ostentação e uma imitação sutil ou não das mulheres que acham, estarem, em graus mais leves ou mais fortes, no âmago do seu ser. A qualidade de vida é sempre melancólica na busca, como uma mocinha perdida num mundo cruel, de um príncipe, na maioria das vezes bofe, encantado. Acho viver assim extremamente lamentável. Enquanto vive nessa busca, essa refinada, educada, culta mocinha se relaciona com caçadores, homens do povo porque aspiram pela masculinidade do outro, uma vez que a sua foi perdida porque sugerida por uma sociedade homofóbica que ela é a mulher chorosa e amorosa a busca de um amante másculo que a ame. Patético? Ou outro gay nessa tentativa amorosa, nem sempre feliz. Ou, estatisticamente, muitos poucos conseguem viver uma parceria estável e feliz durante muito tempo.

2 – Bem, foi por isso que surgiu o espartano.  Do descontentamento com os tipos existentes que não se identifica. Como já disse no manifesto espartano que está no site www. espartano.org, estudei academicamente sobre os relacionamentos sexuais entre homens e descobrir três coisas fundamentais: 1 - Não temos estro, daí nossa escolha sexual é estética. 2 - E a descoberta que o mesmo sexo faz se sentir prazer sexual foi perseguida e descaracterizada porque não procria. 3- E os homens, principalmente os guerreiros, praticavam sem culpa, os prazeres sexuais entre homens. O achando superior. Eu não inventei nada muito menos que era superior. E, desculpe, você, se o pratica, o acha superior a outras formas de prazer senão não o praticava, muitas vezes, de forma preferencial. Você o acha superior porque não tendo estro e o mesmo lhe dá imenso prazer e você precisa repetir porque nada o satisfaz mais. É mais do que qualquer droga. Compreendi e pesquisei que a masculinidade é sinônimo de erotismo entre homens. Daí, porque atrai muitos deles um homem másculo e não efeminado. A uma grande maioria de homens são atraídos pela masculinidade dos outros. Não importando o que eles vão fazer para sentirem prazer. O homem admira muito outro homem másculo se relacione sexualmente com ele ou não. São fatos. E é dessa admiração que brota o erotismo se não tiver uma trava para impedir. Você observa, em qualquer roda de conversa sobre preferência sexuais entre gays. O fato é que a masculinidade atrai sexualmente os homens entre si. Alguns sublimam em amizades, jogos, até lutas, quem sabe, para poderem se tocarem, se sentirem o corpo, às vezes, suado dos outros.  Ora, e o que é a masculinidade? Um gênero. Uma maneira de ser criada pelos homens e transmitida por eles para os outros, muitas e muitas vezes, em muitos e muitos povos, a partir do contato sexual. Leiam os ritos de passagem que estão em muitos estudos de vários povos onde um muito importante foi de Godelier sobre nativos da Nova Guiné: La production des Grands Hommes. Existe o livro em francês que ainda não foi traduzido para o português.

3 - Então achei importante para autoestima de muitos homens, que não se identificam com a cultura gay, saber que a nossa espécie evoluiu também sexualmente e isso é, biologicamente falando, verdade porque não temos estro e, portanto, sentir prazer com o mesmo sexo, é resultado disso. Logo propus chamar de programado sexual aquele que por medo, observem, não o fazem ou o fazem às escondidas sofrendo muito com isso, em uma comédia burguesa da sexualidade que todos vocês conhecem. Vocês conhecem muitos deles que são programados pela moral sexual cristã. O que os domina é uma questão moral mesmo sem eles serem católicos ou semelhantes. É como um chip ideológico e alienante colocado desde que nasceu na sua cabeça. Vive, muitas vezes,  sofrendo porque não suportam a vida de criar filhos e viver sexualmente só com mulheres para o sexo ou os de vida dupla que são mais patéticos ainda. Não me venham falar de bissexualidade. Outra palavra criada pela suposta ciência sexual inventada nos século XIX para reprimir os prazeres sexuais e exercer o poder sobre eles. Fato já bastante explicado e criticado por Foucault na sua História da Sexualidade que, no meu entender, encerrou o assunto.

4 – Ora caberia então um novo nome para nos identificar e propus espartano, mas no sentido de sintetizar os outros guerreiros de outros povos e épocas. Nossa pesquisa está começando. Em vez de perdemos tempo com que perfume que vamos usar para ir a uma boate gay no fim de semana, propus, além do perfume, para quem gosta dele, pesquisar o que esses guerreiros do passado escreveram e disseram que podemos adaptar para sermos mais másculos, isto é, e sendo homens como eles, vencer na vida. Esqueçam, por um momento, sexo.  Ser forte interiormente, para vencer na vida em uma sociedade capitalista. Por outro lado, ao seguir esses ensinamentos que são fortalecedores e aumentam a autoestima, ir à busca do prazer sexo e, talvez, amor como homem. Não como uma carente mocinha a procura de um marido. Se o outro é puta, o espartano é como homem que vai fuder com uma puta e pronto. Sim, pode encontrar alguém para amar, mas não vive só para isso. Procura a auto-suficiência também emocional. Isto é é forte o suficiente para construir sua auto-suficiência  econômica, emocional, sentimental e em todos os campos de sua vida. Quem vai lhe permitir isso são as pesquisas da masculinidade e dos guerreiros nossos ancestrais.

5 – Deduzir que se homens assim se organizassem em uma fraternidade teriam com quem contar, com quem conversar, com quem se identificar e, se quisessem, sentirem prazeres sexuais e sentimentais. Não visa “mocinhas” carentes acharem maridos. Mas o mais importante seria construir uma irmandade nos moldes criadas, ao longo da história, por nossos ancestrais homens para, se ajudando mutuamente, vencerem na vida. Por isso falo da maçonaria, por isso até penso nas fraternidades das universidades americanas. A forma delas, não o conteúdo. 

7 – Ter consciência de que fazendo tudo isso para você mesmo, você é superior aos outros. Não é arrogância, não é humilhar ou recusar o outro e muito menos o criticar. Ele não percebeu isso, problema dele. Cabe a nós espartanos, se isso nos faz bem, praticá-lo individual ou coletivamente, publicamente como eu faço ou privadamente. Eu só quero companheiros espartanos que se sintam bem em ser espartano em seguir tudo isso. Não quero ser rei ou chefe de nada. O espartano alfa é cada um de nós. Associados livremente, cada um é senhor de si mesmo a partir do conhecimento nos transmitidos pelos guerreiros ancestrais. Eu, meus amigos, não sou nada diante deles. Os divulgo e sigo seus ensinamentos. Apenas divulgo a soma dessas intuições referendadas por muitos historiadores entre os quais, Foucault, somadas as pesquisas mais recentes sobre a inexistência do estro e dos prazeres sexuais estarem vinculados a uma moral sexual cristã visando manter e aumentar a mão-de-obra para acumular o capital das elites dominantes. Só isso. À medida que formos desenvolvendo, cada vez mais nossas pesquisas sobre os guerreiros nossos ancestrais e a masculinidade mais fortes ficaremos. Que é, ou assim ou assado, que o Donovan faz também nos Estados Unidos. De forma até mais radical. Portanto, acredito que temos a nossa bússola e chegaremos ao nosso farol. A paciência é uma virtude do guerreiro, mas a indolência não.

HAROOO     
           
 Ricardo Líper

Introdução e resumo do que é a tradição espartana

O que é ser espartano hoje. Os fundamentos teóricos desse comportamento

Há, quase sempre, um certo homoerotismo nos agrupamentos de homens que, entre alguns deles, torna-se explícito envolvendo atos sexuais. Uma frequência muito grande dessa maneira de se comportar se observou entre os gregos e romanos, samurais, monges guerreiros, como os templários, índios de várias tribos, piratas. Existem documentos históricos que comprovam esse fato. O que se intitula de espartano hoje está convencido de que o estudo dos ensinamentos desses guerreiros constituem a melhor filosofia de vida para homens que se relacionam sexualmente com outros homens sendo ambos másculos como foram os antigos guerreiros nossos ancestrais. Ele se chama espartano  porque percebeu que ocorreu, entre esses guerreiros, a  descoberta  de que  homens também podem fazer outros sentirem prazer sexual. Percebeu também que existiu, com  muita  frequência, na história de vários povos, uma união  entre a masculinidade  ancestral  e  relações  sexuais   entre homens. Fato comprovado em Esparta e em toda Grécia Clássica, em Roma,  entre os samurais, piratas e entre  muitos   guerreiros  indígenas. Ele também percebeu que o ser humano não tem estro (cio) e possui um córtex cerebral muito desenvolvido que o dota de muita imaginação. Essas características, resultado da nossa evolução como espécie, permite o homem sentir prazer sexual com vários objetos que ele pode usar para sentir  prazer sexual. Devido a isso, mesmo sem possuírem os conhecimentos resultados das pesquisas científicas mais recentes, todas as civilizações não judaicas e cristãs, eram relativamente indiferentes em relação aos objetos que provocavam  prazeres sexuais. Foram os judeus que criaram uma moral sexual na qual só era permitido o prazer sexual visando a procriação. Eles fizeram isso porque sendo escravizados frequentemente precisavam aumentar a população para se defenderem. O cristianismo divulgou essa moral sexual no mundo influenciando algumas outras culturas. Através de sansões programaram quem eles dominavam desde criança para serem pais de família  exclusivamente se relacionando sexualmente com o sexo oposto. Portanto, para os  espartanos hoje   existem    os    programados sexuais pela moral sexual  cristã, através do medo das sansões sociais, para procriar  e  serem  pais  de  família,  os que se acham homossexuais que imitam as mulheres e os espartanos  que  cultuam a  masculinidade    que   os nossos ancestrais guerreiros criaram. Para os espartanos o conceito de homem é ter disciplina, controle emocional, estratégia na ação como foi para todos os homens e guerreiros que criaram a  masculinidade na maioria dos povos. O conceito de homem ser aquele que só  se relaciona  sexualmente  com mulheres  é   um    postulado  criado pela moral sexual judaica, mantido pela moral cristã e pelo senso comum. Essa moral programa os mais fracos e medrosos para serem pais de família. A  repressão sexual social e/ou a interiorizada é apenas uma questão originada na  moral sexual judaica e cristã. Quem se limita a se relacionar apenas visando a procriação é porque teme desobedecer a moral sexual judaico- cristã. Daí a força física e  agressividade   de   alguns  programados sexuais  não   passarem  de  presepadas  que evidenciam uma  inexistência  de  força  interior. Essa fraqueza de ser programado os leva a ser, em geral, descontrolados, desonestos, agredindo a  todos  por  nada.  A subjetividade do espartano não é a do programado nem dos  homossexuais.  Ele quando se volta para dentro de si  tem  apenas  um  gerador de força que, a cada segundo, aumenta sua força interior. Ele,  a  cada  dia, sempre se pergunta:  como  faço  para  ser  interiormente mais  forte,  para  ser  mais  eficiente,  para  ser  como  os   samurais  e espartanos foram? Treina para   praticando  o   agogê   (treinamento   subjetivo    permanente    para enfrentar as adversidades)   chegar   à    areté   (excelência)    para atingir  a  ataraxia  (imperturbabilidade)  e  chegar  a eudaimonia  (felicidade).  A tradição espartana é um processo de auto-educação. O espartano alfa constrói dentro de si um guerreiro espartano e um  samurai  sintetizando todos os outros e  essa  é  sua  subjetividade. E,  junto  com   os   outros espartanos,  formam uma legião para reagirem eficientemente contra as adversidades.
           Essa teoria  que se chama hoje de tradição espartana se origina nas descrições que Platão  fez  no  Banquete,  da  relação  entre masculinidade e sexo entre homens quando se refere a um batalhão de amantes que existiu de fato como o Batalhão Sagrado de Tebas. Depois  da  Grécia e dos outros povos guerreiros, ela  apareceu no final do século XIX e início do XX, na Alemanha,  com  Adolf  Brand (1874 –1945) editor da revista  Der Eigene   e   Benedict  Friedlaender (1866–1908). Em   1950,   Yukio  Mishima  (1925 –1970),  no  Japão, praticou e defendeu as mesmas idéias. Foucault, no seu comportamento, teve muitos  traços  espartanos  e  na  sua  Historia  da  Sexualidade os confirmou. Atualmente, no Brasil Ricardo Líper publicou livros sobre a tradição espartana e nos Estados Unidos,  apareceu  Jack  Donovan com livros e site com   idéias    semelhantes.    Para saber mais:


A prática da Tradição Espartana

Na vida nós precisamos lutar para ter uma profissão, ganharmos dinheiro, conseguir moradia, nos distrairmos, amar, sentir prazer sexual. Na realidade, temos conseguir tudo isso funcionar direito, isto é, para atingir nossos objetivos sabermos viver como todos dizem. E saber viver não é muito fácil porque lutamos em dois tatames. O primeiro, e talvez o mais importante, esteja dentro de nós mesmos. Sempre devemos nos perguntar quem é o nosso pior ou melhor amigo. E essa pergunta deve começar conosco. Muitas vezes somos nossos priores inimigos. E é preciso muita luta para não sermos os nossos piores inimigos. Essa luta é constante e diária. Quando você é seu melhor amigo você está preparado para viver melhor e atingir seus objetivos para ser feliz. Transformar o inimigo que pode está dentro de você, e em geral está, em seu melhor amigo é o seu agoge como diziam os gregos antigos (treinamento). No nosso caso é mais psicológico do que físico. Por exemplo, um alcoólatra é seu próprio inimigo. Muitas vezes é preciso até terapia para eliminar ou afastar de você próprio seu inimigo interior. Observe e faça uma auto análise.  E, se precisar (todos nós precisamos, eu luto diariamente para não ser meu maior inimigo) lute porque essa primeira luta é decisiva. A tradição espartana é lhe preparar para lutar nesses dois tatames.
O que está dentro de você, transformando seu inimigo pessoal em amigo, e os externos. Quer dizer, você lutará para sobreviver em todos os níveis. Desde ter uma profissão, ganhar dinheiro, conseguir parceiros para o sexo, amar e ser amado, ter paz em sua casa, na sua conta bancária, nas contas que tem de pagar e tentar ser feliz. E você luta sozinho no primeiro tatame dentro de você. Pode pedir ajuda dos amigos e parentes até o terapeuta, mas a luta é sua. No dia a dia vai lutar sozinho. A família pode ajudar ou não, os amigos também. Por isso muitos homens fundaram organizações, ao longo da história, algumas secretas para promoverem a ajuda mútua. As artes marciais compreenderam isso há séculos e criaram ensinamentos filosóficos para lhe treinar no primeiro tatame para ser eficiente no tatame deles que não é o nosso para sermos necessariamente espartanos alfas. Os nossos dois tatames são: o interno, transformar seu inimigo interior em seu amigo interior e o externo. Querendo ou não vamos ter de lutar nesses dois tatames porque todo mundo vai ter de fazer isso para sobreviver. Existe nas artes marciais e nos ensinamentos de guerreiros que estão na pagina dos códigos guerreiros ensinamentos para se aprender a lutar nos dois tatames segundo a teoria espartana. Repito você não precisa fazer uma arte marcial precisa apenas ler, ponderar e se achar correto praticar os ensinamentos filosófico e teóricos das artes marciais e dos guerreiros nossos ancestrais. No meu entender é uma coisa poderosa como orientação de vida e de uma força filosófica, vamos dizer assim, grande e útil. Segue abaixo retirado de sites de artes marciais, mas são reflexões originarias de vários povos e filósofos para se pensar e se você achar útil segui-las.

O espartano deve ter pena de sujeitos que só se relacionam com o sexo oposto, ou daqueles que o fazem com os dois sexos porque os primeiros são escravos de uma moral repressiva e os segundos ficam em cima do muro confusos e não se aperfeiçoam no sexo dos guerreiros, dos deuses e dos heróis. Sei você gosta de democratismo que é tudo igual. Eu respeito e muito os que não seguiram esse rapaz com a luz simbólica nos guiando mas, desculpem, tenho uma profunda pena. Vir carregado de crianças, domingo de tarde, da casa da sogra acompanhado de uma mulher que, em geral nem mais deseja sexualmente é um destino cruel. E você, mesmo que seja até num sauna, anonimamente, dando sua gozada e depois, vitorioso em vários aspectos, sem gastar com mulher ou crianças para seu apartamento com tudo de bom. E olhe eu descrevi por baixo pode estar com um bom companheiro os dois somando uma boa conta bancária. E se tiver ainda uma fraternidade com uma sede própria para você encontrar amigos leais, jogar cartas sem apostar dinheiro nem bens, trocar idéias, dar muita risada, aí sim, chegamos a Esparta hoje, vamos dizer assim, e com certeza, os espíritos, se é que existem, desses guerreiros,  dos quais somos filosoficamente e na prática seus herdeiros, estarão felizes. Pensem sobre o que está dito abaixo e tente praticar e  sinta o efeito. 



                   Esses pensamentos nos iluminam, nos tiram da ignorância e se praticados nos fortalecem.
                  Todos eles foram tirados de bogs e sites de artes marciais.


                                                              É você contra você. 
Todas as traduções foram feitas por mim. Caso tenha alguém que queira traduzir melhor me mande.


                               Seja forte quando você está fraco
                               Seja corajoso quando você está com medo
                               Seja humilde quando você for vitorioso






Se você está deprimido você está vivendo no passado, se está ansioso você está vivendo no futuro, se você está em paz está vivendo no presente.

O curioso é que esse pensamento hoje está na boca de todos os psicólogos e livros a respeito de ansiedade, depressão, preocupação. Comprovado por correntes de psicologia como a Cognitiva Comportamental.




Não tenha pressa para corrigir as coisas é melhor enriquecer a sua compreensão no processo ou nunca vai descobrir e encontrar a causa de sua ignorância.

     


Aqueles que são hábeis no combate não se irritam (ficam ansiosos), aqueles que são hábeis em ganhar, não ficam com medo. Assim, o sábio vitorioso, antes da luta, ignora a luta para ganhar.

Interpretação: Claro que a luta para os espartanos que aqui estamos nos referindo é a luta pela sobrevivência. Como por exemplo: fazer um entrevista para um emprego, uma prova para um concurso, a compra de um imóvel e outras várias lutas que vocês podem ser obrigados a lutar. Se prepare para ela e depois relaxe, não fique pensando com medo. Ignore e na hora faça o que se preparou para fazer. 


A Força Interior. Uma abordagem psicológica


Existem três coisas importantes para viver: saúde, dinheiro e força interior. A mais importante é a força interior porque, tento desenvolvido essa força, você pode lutar por sua saúde e dinheiro. O resto vem a partir daí.  Espere um pouco antes de falar mal do dinheiro. Tipo o dinheiro não trás felicidade. Quando falarmos dele na página sobre grana você vai entender que o dinheiro não é tudo mas é uma parte importante na sociedade capitalista em que vivemos. 

Alguns conceitos para a construção da força interior ou seja a metodologia aqui colocada segue algumas regras e alguns princípios. 

1 - Compreender que vivemos em guerra contínua quer contra a natureza quer contra os outros. 
Isso, guardando as devidas proporções, está no conceito de relações de poder e a hipótese Nietzsche de Foucault  e na vontade de potência de Nietzsche. 

2 - A força mais importante é a interior. Exemplo: um sujeito forte e possuidor de um título máximo de arte marcial diante de uma arma, sem está armado, pode ser vencido. Na prática: você pode ser magrinho, nunca ter passado nem pela frente de uma academia de arte marcial mas ter amigos ou ter contatos com pessoas que lutam ou mesmo  policiais. Qualquer valentão será vencido por você, caso você seja, aparentemente frágil mas com uma potente força interior.

3 - A força interior existe no nosso interior ou se constrói?  
Segundo Jung a temos, dentro de nós, com os arquétipos do inconsciente coletivo. Segundo a tradição espartana nós a construímos na nossa mente a partir dos ensinamentos dos guerreiros nossos ancestrais. Agora é importante que você compreenda como pensar. Ambos os pensamentos tanto de Jung como da tradição espartana podem gerar, no caso de Jung, pela autosugestão, a criação do herói ou guerreiro interiormente, Ele é, tanto em Jung como na tradição espartana um dínamo que gera, a partir de seus pensamentos fortalecedores e suas estratégias, a construção do guerreiro interior. Claro que esse guerreiro não é preparado para ir para guerra. Esse guerreiro é gerado e preparado para vencer as adversidades do dia a dia e vencer na vida, como diz o povo. O que fazemos aqui é usar o pensamento de Jung em relação ao arquétipo do guerreiro como um elemento que pode, para alguns de nós, favorecer a construção do guerreiro heróico a partir da construção do nossa força interior. Sugiro a leitura inicial dos links abaixo.


4 - Talvez você não acredite mas homens que gostam de homens podem ser muitos mais eficentes nessa construção da força interior que os que dizem não gostar de homens. Portanto, você pode atingir o que vamos chamar de ponto alfa de construção da força interior, exatamente porque você é um homem que gosta de homem. Mas isso será explicado mais tarde. Apenas para lhe mostrar dois psicólogos que gostam de homens escreveram um livro sobre homens que gostam de homens e o arquétipo do guerreiro.


Na página:  www.facebook.com/gaywarriorwisdom/info?tab=page_info  está escrito em inglês que o tradutor do google traduziu:
"Guerreiro Gay é uma introdução ao movimento dos homens para o sexo masculino gay. Liderados por homens como Robert Bly, Sam Keen, e Michael Meade, o movimento dos homens tem definido, reinventando e revigorando o significado de masculinidade por mais de uma década. No entanto, até agora o lugar de homens homossexuais neste movimento não foi plenamente considerada".
A tradição espartana pode se inserir, com algumas diferenças, nesse movimento dos homens que tem Robert Bly como um dos pioneiros. O nome gay, portanto, fica sem sentido por isso trocamos pelo de espartano, isto é: homens que gostam de homens mas amam também ser homens. Isto é, a verdadeira cultura masculina, sua maneira de ser , principalmente, que quanto mais homem mais gosta de homem e não poderia ser diferente.  A história dos guerreiros de muitas épocas e povos provam isso. Ora, reproduzir a relação de um homem com uma mulher, ambos sendo homens, é deixar de lado toda uma cultura masculina que ensina a viver com mais eficiência e felicidade. A questão é essa. Nesses blogs e site é isso que pretendemos lhe mostrar. Isto é, acordar o guerreiro que está dentro de você ou o construir.

Leia também:
www.epinions.com/review/Gay_Warrior_Transforming_Betrayal_into_Wisdom_by_F_Jim_Fickey_and_by_Gary_S_Grimm/content_414508551812?sb=1


A tradução aqui colocada foi feita com auxílio do tradutor do google. Ela está aqui para se refletir sobre algumas, vamos dizer assim, pistas. A primeira é o amadurecimento de todo homem quando se torna adulto. E esse amadurecimento no homem que gosta de homem é, no nosso entender, pior porque ele não tem um modelo heróico, guerreiro para tomar como exemplo. Ao contrário, a repressão sistemática levou a eqúivocos grandes como imitar relações de homens e mulheres, imitar familias semelhantes e não pensar o sexo entre homens como amadurecimento e masculinidade.  Levem em consideração a maneira limitada da tradução. o original está em:



Observem também que os terapeutas se referem ao arquétipo do guerreiro para resgatar o homem que gosta de homem quando tem a sua identidade dada por uma sociedade repressiva. Vamos a esse comentário:


O comentário:
 Os autores do Gay Warrior: Transforming Traição em Sabedoria são psicoterapeutas que, durante  muitos anos de prática, aconselhou  um grande número de homens homossexuais na área de Santa Fé. Embora a sua prática não se restringe à comunidade gay, mas é aberto a qualquer pessoa que sente que pode se beneficiar com a terapia; um grande número de seus clientes são homens e mulheres homossexuais.

O livro, escrito por esses conselheiros, não é uma sensação, ao contrário, está escrito para fornecer um instrumento particularmente útil para os homens gays para usar em sua luta para se tornar livre de traições sociais e as consequências emocionais dessas traições. O livro foi desenvolvido a partir do que estes terapeutas aprenderam com sua experiência na área, além de seu desejo de compartilhar com os outros como um esforço para fornecer aos gays a compreensão de que seu papel na sociedade pode ser.

Guerreiro Gay: Transformando Traição em sabedoria está escrito em seções. 
Parte I fornece a introdução com uma explicação sobre as razões para o livro. 
A seção intitulada - O Guerreiro - introduz a teoria da imagem do guerreiro para o homem gay, enquanto a divisão chamada O Puer - introduz o inverso do Guerreiro. 
A parte marcada com Iniciação investiga o procedimento realizado quando um homem gay deixa para trás um elemento de sua vida quando ele entra na seguinte.

Estigmatização social do homem gay é esclarecido na Parte 2 nas páginas da seção chamada traição do Gay Man. Os capítulos intitulados-Sebastion e Violet-,-Violeta e Sebastion - Importância de se divorciar de nossas mães leva a amplificação sobre como proceder para deixar a vida puer para se tornar um guerreiro.

O abandono sentida por muitos dos homens, aconselhados pelo Dr. Fickey, enquanto discutiam seus pais, está relacionado sobre no segmento chamado a questão do papai - Como nossos pais nos trairam. Na seção chamada As conseqüências do abandono pontos, Dr. Fickey explica que quando um menino gay não tem o apoio de seu pai; o rapaz é forçado a procurar outros meios para lidar com suas emoções e como ele enfrenta um mundo não muito simpático.

A do Abuso do Pai apresenta a hipótese de que; maus tratos vem em muitas formas. Nem todos o abuso é físico ou brutal, e nem tudo é evidente. No entanto; exploração, negligência e abandono todos têm o mesmo resultado emocional doloroso.

Dr. Fickey explica na seção intitulada Iniciação e o Pai que a iniciação, como apresentado neste livro, refere-se ao momento em que um menino, se hetero ou gay, deixa sua adesão a infância com a mãe para entrar no mundo do pai e dos homens. Ele é iniciado para se tornar um macho adulto. Um pai ausente se a ausência é causada pela morte, ou separação emocional provoca dor para o menino.

Os autores apontam na Seção 3 que nem toda traição vem de outros. Muitas vezes traição vem do próprio homem. Dr. Fickey diz, que se o Puer não é conquistada ocorre depois debilitantes emoções, juntamente como surgem mecanismos de enfrentamento maus sucedidos. Nessa questão mostra no texto como se si transforma em-The Good Boy-; com uma explicação sobre as características do bom menino. -O-narcisista é uma explicação detalhada das características do narcisista.

Os escritores também vão discutir em pormenor várias maneiras em que um menino gay podem tentar lidar com sua situação: o viciado, incluindo a explicação de dependência de substâncias é detalhada. Vícios de processo; O menino irresponsável, e / ou o Opressor que são comportamentos, que muitas vezes aparecem, são explicados.

Escrito por dois psicoterapeutas estabelecidos há muito tempo, Gay Warrior: Transformando Traição em sabedoria ilustra e aponta os elementos de maturação como um homem gay. É a opinião dos escritores que, ao utilizar a transformaçao de traição em sabedoria como princípio,durante o processo de maturação inicial, levará ao desenvolvimento da personalidade ideal como resultado.

Parte 4 do livro oferece uma visão para o homem gay que pode estar lutando com sua tentativa de transformar Traição em Sabedoria. Para ser um adulto bem-sucedido, ele vai viajar uma viagem que começa com sua compreensão e aceitação de si mesmo, e depois passar para a compreensão de seus sentimentos em outros aspectos de sua vida.

Vários tipos de traições são listados; Traição Através HIV, Traição através da guerra, um profundo exemplo, Coming Out - Sinta o medo e fazer de qualquer maneira, além Coming Out, sair de casa. 

O diálogo continua na parte 5 de Relacionamentos, aprendendo a trabalhar com o conflito, e O Valor da Raiva são apresentados. A dependência saudável e Monogamia . A necessidade de tornar-se um ativista político e The Elder Gay, bem como desenvolver um caminho espiritual, fazem parte do debate. A Conclusão e Bibliografia termina o  trabalho.

Guerreiro Gay: Transformando Traição em Sabedoria é um texto  bem escrito e é apresentado em terminologia que leigos possam entender. Os autores estão se esforçando com este trabalho para oferecer ao público em geral e para os gays, em particular, um livro para ajudar cada grupo a compreender alguns dos muitos problemas, confusões e equívocos que podem ser abrigados por todos.

Os escritores oferecem a noção de que; maior percepção por parte de todos nós, só pode levar a uma melhor harmonia e menos culpa para o homem gay, juntamente com aqueles com quem ele pode entrar em contato. Os autores, F. Jim Fickey, PhD, e Gary S. Grimm, MA, são eles mesmos parceiros de relacionamento de longo prazo, bem como os terapeutas que ajudam os homens gays através de seu trabalho.

Os dois conselheiros têm trabalhado com muitos homens ajudando-os a transformar as traições em sabedoria através de um trabalho profundo  que leva, em última instância, para o surgimento de seu guereiro. O livro pretende ser uma ajuda para os pais e a comunidade em linha reta para ampliar sua compreensão, se não aceitação de alguns a situação vivida por homens gays, devido ao estigma social.

Os autores acham que por trás de tudo apresentado no livro é a tese de que não se pode negar: se hetero / gay, masculino ou feminino,  todos estão buscando as mesmas coisas da vida. Nosso método para conseguir ter nossas necessidades atendidas podem diferir um pouco de um grupo ou indivíduo para outro, porém todos anseiam casa, aceitação, sustento e alguém com quem podemos compartilhar nossas vidas.

Enquanto eu lia o livro para revisão, era evidente que alguns dos vários problemas apresentados foram aqueles que todos os pais perceber em nossos filhos à medida que amadurecem, no entanto, para um menino gay se tornar um homem gay; as questões são aumentadas em grande parte por causa da sociedade em que vivemos.

Cada um de nós tem noções sobre nós mesmos e como os outros nos vêem, é quando essas noções batem contra a percepção de que a nossa vida pode tomar um rumo distante da de nossos pais à medida que amadurecemos; então é que nós crescemos. Para o jovem gay essas noções podem ser acoplados com culpa, assim como o medo que os pais e os outros vão abandoná-lo.

Guerreiro Gay: Transformando Traição em sabedoria é a certeza de ser uma ferramenta valiosa para os pais, adolescentes gays, que lutam com sua auto-aceitação e de terapeutas. Prazer em recomendar.

Agora faço o meu comentário do comentário: o que se coloca aqui é um processo de se transformar o menino em homem adulto forte porque amadurecido e superando, o que os autores chamam de traição, para chegar a sabedoria da masculinidade madura. Como todos ligados à psicanálise, eles enxergam no pai a figura de transmissão da masculinidade. Entretanto, não sei dizer se admitem que outros homens podem substituir o pai. Na tradição espartana, a masculinidade é transmitida por outros homens que podem ser os amigos, os parentes masculinos, os vizinhos. Ser homem, é inicialmente, transmitido por esses atores que transmitem o que a sociedade vigente estabeleceu como o papel de homem. Claro que é muito limitado e distorcido esse papel e hoje cada vez mais andrógino. Ora, a tradição espartana é a maneira de fazer o contato do homem, mal formado nessa passagem do homem adulto, mas infantil, para o guerreiro. Ela, em uma dimensão histórica direta do contato, se quiserem com o arquétipo, mas para a tradição espartana é com os ensinamentos dos guerreiros ancestrais e seu culto. Esse é o nosso processo de ensinamento que o faz amadurecer. Cabe aqui colocar que pouco nos importa se está disponível para todos os homens infantilizados e fracos para sobreviver nessa selva, todos  é uma falácia de um mito criado pela nossa sociedade. O que sabemos fazer é resgatar da demência infantilizada criada nos homens de uma sociedade capitalista como a nossa, aqueles que compreenderam que homens gostar de homens é um primeiro passo. São a esses homens que os guerreiros realmente falam e cabe a eles os ouvirem para seguir o seu caminho hoje. Portanto, intelectual, estratégico, se transformando hoje, em uma sociedade capitalista e urbana, em um homem forte, emocional e intelectualmente, para está preparado para vencer as adversidades, guerra, portanto, nesse sentido.  É esse processo que os faz amadurecer, se é que essa é a palavra correta, para como um guerreiro pacífico, claro, absolutamente dentro das leis vigentes entrar no jogo para vencer e assim atingir a paz interior dada pelo guerreiro interior no seu repouso do guerreiro. O repouso do guerreiro é interior mas se expressa em seu lar. Seu lar é sua casa,, mas não entenda no sentido dado pela nossa sociedade a palavra lar. Você sozinho é seu lar. Você com seus companheiros da tradição espartana formam sua família espiritual. Mas entenda espiritual no sentido não dado a essa palavra pelo cristianismo ou outras religiões, mas como um desenvolvimento da consciência intelectual com reflexo emocional. Família única, se está só no mundo, e segunda, se ainda tem a familia tradicional da nossa sociedade. Essa familia espartana não é também só espiritual cabe a seus furutos membros a transformar em uma associação de espartanos ou se quiserem neo-espartanos. 
A teoria chamada de Tradição Espartana: masculinidade plena + prazer sexual entre homens + estudo da filosofia dos guerreiros ancestrais de vários povos e épocas + uso desses ensinamentos para vencer na vida hoje = Tradição Espartana.


A única finalidade da tradição espartana

1 - A tradição espartana é uma teoria sobre os prazeres sexuais entre homens resultado das pesquisas de Ricardo Líper.

2 - Sua meta, para aqueles que concordam com ela, é com as suas informações a partir das mais recentes pesquisas científicas sobre a não existência do estro no ser humano. E, a partir daí, fazer quem sente prazer com o mesmo sexo se sentir seguro para praticar essa forma de sentir prazer sexual.

3 - O outro postulado é a descoberta de que os nossos guerreiros ancestrais, espartanos, samurais e muitos outros guerreiros cultivavam virilmente os prazeres sexuais entre eles o achando superior por ser o sexo dos heróis. O estudo, portanto, dos ensinamentos desses guerreiros pode fortalecer interiormente o espartano de hoje que chamamos de espartano alfa. Claro que a formação do espartano de hoje não é ser um guerreiro de armas de fogo ou qualquer tipo de arma ou gangs ou agressividade fisica e contrária as leis vigentes. O que se propõe aqui é um guerreiro de armas e treinamento psicológico e filosófico subjetivo gerados do estudo contínuo dos ensinamentos dos guerreiros ancestrais. Fortalecimento interior para vencer na vida a partir da descoberta dos prazeres sexuais entre homens.

4 - Portanto, o estudo e a prática individual dessa teoria visa, unicamente, fortalecer aquele homem que gosta de ser homem e gosta de homens para vencer na vida sob todos os aspectos, e ser feliz. Essa é a única finalidade dessa teoria e de seus blogs.